Bebê que passou por cirurgia cardíaca de alta complexidade aos 16 dias de vida recebe alta do Hospital Metropolitano.
Uma história de fé, resiliência e o avanço da medicina
paraibana. Assim pode ser definida a jornada de Miguel Vicente, um bebê que
nasceu com uma doença cardíaca grave e, aos 16 dias de vida, passou por uma
cirurgia de alta complexidade no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires,
unidade da rede estadual de saúde gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão
em Saúde (PB Saúde). Um mês e um dia após a internação, o pequeno guerreiro
recebeu alta nesta segunda-feira (15), emocionando a todos e marcando um novo
capítulo na história da cardiologia pediátrica no estado.
A família de Miguel, residente da Zona Rural de João Pessoa,
viveu dias de apreensão e esperança desde que o bebê, nascido em 9 de agosto,
deu entrada no hospital, em 14 de agosto. A médica Lara Dantas, coordenadora da
cardiologia pediátrica do hospital, explicou a condição de Miguel. “Ele nasceu
com uma doença muito grave, potencialmente letal, que é a transposição das
grandes artérias. Os vasos dele nasceram trocados dentro do coração, o que
impossibilita o desenvolvimento normal do órgão. Além disso, quando ele chegou
no Metropolitano, identificamos que ele tinha também uma anomalia da coronária,
que é uma associação rara e que torna o procedimento cirúrgico para ajuste das
artérias ainda mais difícil”, explicou.
No dia 26 de agosto, quando Miguel tinha apenas 16 dias de
nascido, ele entrou na sala de cirurgia do Hospital Metropolitano para passar
por uma cirurgia de Jatene, batizada em homenagem ao médico brasileiro Adib
Jatene, que desenvolveu a técnica para correção dos vasos. O médico cirurgião
cardiológico Daniel Magalhães foi quem realizou a cirurgia, que durou mais de
nove horas, sendo quatro delas com o coração parado.
“É imprescindível que essa cirurgia seja realizada ainda nos
primeiros dias de vida. Ela foi desenvolvida pelo médico e professor Adib
Jatene e ganhou notoriedade mundial. Consiste em uma cirurgia para trocar de
posição os vasos cardíacos, junto com as artérias coronárias, que são
extremamente delicadas nessa faixa etária. No caso particular de Miguel, que
tinha a variante anatômica, fez com que o procedimento fosse ainda mais
complexo. E tudo isso nós conseguimos fazer com sucesso graças a uma estrutura
multidisciplinar organizada e capacitada, com disponibilidade de equipamentos
de ponta”, disse o profissional.
Esta foi a primeira cirurgia de Jatene realizada no Hospital
Metropolitano, que agora passará a receber pacientes que precisam passar por
este procedimento. “Essa cirurgia é um importante marco para a medicina
paraibana, porque nossas crianças, até então, eram transferidas para outros
estados, e a partir de agora, podem ter acesso a esse tratamento perto de casa.
Essa, como outras cirurgias extremamente complexas na faixa etária neonatal,
são um desafio constante para qualquer serviço no Brasil e no mundo e, por
isso, poucos centros estão habilitados. Por isso ressalto o trabalho em equipe
e a dedicação de todos os envolvidos para o sucesso da operação”, concluiu
Daniel.
Miguel teve alta da UTI para enfermaria 12 dias após a
cirurgia, e em pouco mais de uma semana recebeu alta e agora volta para casa
com a família. “Miguelzinho foi um guerreiro por passar por isso tão novo na
vida, e a gente fica muito feliz de acompanhar a evolução dele durante todo
esse processo. Hoje cumprimos nossa missão de entregá-lo saudável para a
família e, com o sucesso da operação, ele deve evoluir como um bebê normal”,
disse a médica Lara Dantas.
A mãe de Miguel, Elaine Vicente, só tem a agradecer. “Sou
muito grata a Deus por estar levando meu filho para casa com saúde. Também
tenho uma gratidão imensa ao Hospital Metropolitano e a toda a equipe, pelo
cuidado e a atenção com meu filho”, disse.
Miguel foi para casa na companhia da mãe e da avó, Paula
Andréa, que também agradeceu a equipe pelo cuidado com o neto. “Hoje é um dia
abençoado, me emociono até de falar, porque foram dias difíceis. Eu achei que
ia perder o meu neto, mas Miguel foi um guerreiro, muito forte, que com as
orações da família e o pensamento positivo da equipe maravilhosa deste
hospital, se recuperou bem e hoje vai para casa conosco, cheio de vida e
esperto”, completou.
Para a diretora geral do Hospital Metropolitano, Louise
Nathalie, o caso do pequeno Miguel é um exemplo emocionante do impacto direto
da missão do hospital e da PB Saúde na vida das famílias paraibanas.
“Ver um bebê tão jovem superar uma cirurgia de alta
complexidade como a de Jatene, que agora realizamos aqui, é a materialização do
nosso compromisso. Nosso maior objetivo é devolver aos braços de seus
familiares, com saúde e esperança, cada paciente que nos é confiado, reforçando
o Metropolitano como um centro de excelência e referência para a cardiologia
adulta e pediátrica em nosso estado”, disse.
Secom PB


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