Governo do Brasil lança nova linha de cuidados para TEA e anuncia investimento anual de R$ 2,2 milhões para Paraíba.
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Foto: Walterson Rosa/MS |
Recursos vão ampliar o
atendimento a crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista no
município de Campina Grande.
Na semana do Dia Nacional de
Luta da Pessoa com Deficiência — celebrado neste domingo (21) —, o Governo do
Brasil, por meio do Ministério da Saúde, lançou a nova linha de cuidado para
Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além disso, para a Paraíba, a pasta
anunciou o fortalecimento da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência (RCPD),
que receberá o investimento anual de R$ 2,2 milhões destinados a ampliar o
atendimento a crianças e adultos com TEA. Os recursos serão aplicados na
habilitação de um novo Centro Especializado em Reabilitação (CER) no estado — a
APAE Campina Grande. As medidas fazem parte do programa Agora Tem Especialistas
e foram anunciadas nesta quinta-feira (18).
No Brasil, a expansão da
assistência contará com o investimento total de R$ 72 milhões para 71 novos
serviços da RCPD e o atendimento às pessoas com TEA, beneficiando 18 estados e
o Distrito Federal: além de Santa Catarina, Alagoas, Amazonas, Espírito Santo,
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco,
Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Rondônia, São Paulo e Tocantins.
"Pela primeira vez, o
Ministério da Saúde estabelece uma linha de cuidado do transtorno do espectro
autista. Essa linha de cuidado tem como centro, talvez a medida mais
importante, a recomendação mais importante, o esforço para o diagnóstico
precoce e o início dos cuidados, das intervenções, o mais precoce
possível" - Alexandre Padilha Ministro da Saúde.
Entre os serviços,
destacam-se a habilitação de 23 Centros Especializados em Reabilitação (CERs) –
unidades multiprofissionais que oferecem diagnóstico, tratamento e acesso a
tecnologias assistivas. Outros 33 CERs passam a contar com um custeio adicional
de 20%, reforçando a capacidade de atendimento às pessoas com TEA. Também foram
habilitados 15 veículos de transporte sanitário adaptado, fundamentais para
garantir deslocamento seguro às unidades de saúde. Além disso, 8 ampliações de
porte em CERs já existentes permitirão que cada serviço passe a oferecer mais
modalidades de reabilitação.
A expansão reforça a rede
pública de reabilitação no Brasil, que hoje conta com 326 centros e repasses
federais de mais de R$ 975 milhões por ano.
"Pela primeira vez, o
Ministério da Saúde estabelece uma linha de cuidado do transtorno do espectro
autista. Essa linha de cuidado tem como centro, talvez a medida mais
importante, a recomendação mais importante, o esforço para o diagnóstico
precoce e o início dos cuidados, das intervenções, o mais precoce
possível", anunciou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
NOVOS CENTROS -
Mais 23 novos Centros Especializados em Reabilitação (CERs) serão construídos
com recursos do Novo PAC Saúde, no valor de R$ 207 milhões. Com as novas
unidades, o país contará com o total de 53 centros construídos com recursos do
programa. Deste total, 28 já estão em andamento.
O Ministério da Saúde
elaborou novo projeto arquitetônico para os CERs, que será incorporado às
construções do Novo PAC Saúde. O modelo, inspirado nas melhores práticas
e unidades de referência no país, prevê ambientes inovadores, como jardins e
salas multissensoriais, especialmente projetados para crianças e adultos com
TEA.
NOVA LINHA DE CUIDADO PARA O
TEA
- Em Brasília (DF), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, nesta
quinta-feira (18), a nova linha de cuidado prevê que profissionais da atenção
primária façam o rastreio de sinais de TEA em todas as crianças de 16 a 30
meses de idade, como parte da rotina de avaliação do desenvolvimento. A
expectativa é que as intervenções e estímulos a esses pacientes ocorram antes
mesmo do diagnóstico fechado. A atuação precoce é fundamental para autonomia e
interação social futura.
A estimativa é que 1,2% da
população brasileira viva com Transtorno do Espectro Autista. Os dados da
pesquisa do IBGE apontam ainda que 71% dessa população apresenta também outras
deficiências, o que reforça a necessidade de ações integradas no SUS. A Nova
Linha de Cuidado lançada pelo Ministério da Saúde orienta gestores e
profissionais de saúde sobre como deve funcionar a rede, da atenção primária
aos serviços especializados, com foco no rastreio precoce e início imediato da
assistência. O documento foi elaborado a partir de amplo diálogo com sociedade
civil, estados e municípios.
M-CHAT -
Com a aplicação do M-Chat, teste de triagem para identificar sinais de autismo
nos primeiros anos de vida, os profissionais de saúde vão poder encaminhar e
orientar as famílias quanto aos estímulos e intervenções necessárias caso a
caso. O questionário já está disponível na Caderneta Digital da Criança e no
prontuário eletrônico E-SUS e, agora, deverá ser aplicado a todas as crianças
em atendimento desde a atenção primária. Os estímulos e terapias para as
crianças com sinais de TEA estão previstos no Guia de Intervenção Precoce
atualizado pelo Ministério da Saúde e que deverá ser colocado em consulta
pública a partir desta quinta-feira (18).
"Esse método de
rastreamento já está presente hoje na Caderneta Digital de Saúde da Criança,
não só o método de rastreamento, mas ser aplicado a partir dos 16 meses, com
toda a orientação aos pais, mães, profissionais de saúde, desde o nascimento da
criança, a observação, dos primeiros sinais que possam significar algum tipo de
alteração no crescimento e desenvolvimento e que estará presente em todos os
prontuários eletrônicos da atenção primária em saúde", disse Padilha.
Outra inovação é o
fortalecimento do Projeto Terapêutico Singular (PTS), que garante um plano de
tratamento individualizado construído entre equipes multiprofissionais e
famílias. A nova linha de cuidado também orienta sobre os fluxos de
encaminhamento, esclarecendo quando o paciente atendido nos Centros
Especializados em Reabilitação (CER) deve ser encaminhado a outros serviços,
como os de saúde mental, caso o paciente apresente algum tipo de sofrimento
psíquico.
Uma outra iniciativa que
reforça o compromisso do Ministério da Saúde, em especial das crianças com TEA
ou com atraso no desenvolvimento, é a implementação do Programa de Treinamento
de habilidades para cuidadores voltado para famílias de crianças com atraso no
desenvolvimento ou deficiência, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A
proposta prevê a formação de profissionais que irão apoiar pais e cuidadores,
oferecendo ferramentas para estimular o desenvolvimento das crianças, promover
interações positivas, reduzir estigmas e apoiar o bem-estar das famílias.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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