Governo garante gás de graça para 15,5 milhões de famílias. Distribuição deve começar em 30 de outubro.
![]() |
Gás de cozinha - imagem ilustrativa - reprodução/internet |
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva lançou, nesta quinta-feira (4), o programa Gás do Povo, que
garantirá gás de cozinha gratuito a famílias de baixa renda. O programa
substituirá o Auxílio Gás e deve atender cerca de 15,5 milhões de famílias.
Em evento na comunidade
Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, Lula assinou a medida provisória (MP)
que cria o programa, a ser enviada para apreciação do Congresso Nacional. A MP
entra em vigor imediatamente, mas precisa ser votada pelos parlamentares em 120
dias para não perder a validade.
A distribuição dos botijões
deve começar a partir de 30 de outubro, sem atravessadores.
“Um botijão desse sai da
Petrobras, com 13 quilos de gás, a R$ 37. Ele chega em muitos lugares a R$ 150,
R$ 140, a R$ 130. É um absurdo a diferença entre o preço da Petrobras e o preço
que o gás chega”, disse Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre
Silveira, também participou do lançamento.
Em vez do benefício em
dinheiro, com o novo programa, cada família vai retirar diretamente o botijão
de gás nas revendedoras credenciadas pelo governo federal. “A mudança aumenta a
eficiência, a transparência e o controle da política pública”, destacou o
governo.
No Brasil, cerca de 12
milhões de domicílios ainda utilizam lenha e gás de forma combinada para
cozinhar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Entre esses, aproximadamente 5 milhões são famílias de baixa renda que
recorrem à lenha devido ao impacto do valor do botijão no orçamento familiar.
Nesse sentido, o governo
destaca que a política protege a saúde da população exposta à poluição pela
queima de biomassa ou aos perigos do uso de álcool.
O programa será custeado
integralmente com recursos públicos, sem necessidade de créditos
extraorçamentários. Para este ano, já estão previstos na Lei Orçamentária Anual
(LOA) mais de R$ 3,57 bilhões para a implementação do Gás do Povo. Para 2026, a
previsão é de R$ 5,1 bilhões.
Funcionamento
Terão direito ao benefício
as famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) com renda mensal per capita
de até meio salário mínimo (hoje em R$ 759), com prioridade para aqueles que
recebem o Bolsa Família. Cada família terá direito a uma quantidade de botijões
por ano, conforme a composição familiar: até três botijões para aquelas de dois
integrantes; até quatro para as com três integrantes; e até seis botijões
anuais para famílias com quatro ou mais membros.
Hoje, a Região Nordeste
concentra o maior número de famílias contempladas. A estimativa é que mais de
7,1 milhões de famílias nordestinas sejam atendidas. Na sequência aparecem
Sudeste (4,4 milhões), Norte (2,1 milhões), Sul (1,1 milhão) e Centro-Oeste
(889 mil).
A previsão é que cerca de 65
milhões de botijões sejam distribuídos por ano.
A operacionalização do
programa será feita de diversas formas:
>Por meio de um
aplicativo gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome (MDS), onde o beneficiário poderá localizar revendas
credenciadas e acessar o vale eletrônico;
>Com o cartão do próprio
programa que será criado;
>Por meio de vale
impresso a ser retirado nas agências da Caixa Econômica Federal ou em
lotéricas;
>Com o cartão do Bolsa
Família.
A revenda participante
deverá ter a identidade visual padronizada, com as informações do programa.
O valor a ser pago pelo
botijão será definido de forma regionalizada pelos ministérios de Minas e
Energia e da Fazenda, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). A diferenciação do preço por unidade da federação
considera as variações regionais e busca reduzir desigualdades.
“É importante destacar que o
preço de referência não inclui o frete de entrega do gás de cozinha”, informou
o governo.
Agência Brasil
Nenhum comentário