Lula pede mobilização popular contra aprovação do projeto da anistia.
Presidente disse que a
extrema direita ainda tem força no Congresso
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (4), que caso o projeto da anistia
seja votado no Congresso, há “risco” de que seja aprovado. Em encontro com
comunicadores e influenciadores de redes periféricas, Lula disse que a mobilização
contra a aprovação do texto também tem que ser feita pelo povo.
“Se for votar no Congresso,
nós corremos o risco da anistia. Porque o Congresso, vocês sabem, não é um
Congresso eleito pela periferia”, disse durante visita à comunidade Aglomerado
da Serra, em Belo Horizonte (MG).
Segundo Lula, a extrema
direita ainda tem muita força no Congresso Nacional.
“O Congresso tem ajudado o
governo, o governo aprovou quase tudo que o governo queria, mas a extrema
direita tem muita força ainda. Então, é uma batalha que tem que ser feita
também pelo povo. Então, o que eu queria pedir a vocês é isso, é que vocês têm
um compromisso. Da mesma forma que eu disse o seguinte: o Brasil só tem um dono
que é o povo brasileiro, as comunidades tem o melhor representante que são
vocês”, acrescentou Lula aos apoiadores.
O projeto de lei da anistia
defendido pela oposição, liderada pelo Partido Liberal (PL), perdoa os
condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, incluindo os
financiadores, incentivadores e organizadores. Se aprovada, a lei pode
beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal
Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, por estar entre as principais
cabeças por trás da trama golpista.
Entretanto, o próprio STF já
considerou inconstitucional a anistia por crimes contra a ordem democrática, na
decisão que anulou o indulto concedido ao ex-deputado Daniel Silveira pelo
então presidente Jair Bolsonaro. Ele foi condenado, em abril de 2022, pelos
crimes de tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes e coação no curso
do processo. Em 2020 e 2021, por meio das redes sociais, Silveira incitou à invasão da Corte e sugeriu
agressões físicas aos ministros do Supremo.
Politização
Para o presidente Lula, o
Brasil vive um "momento de incompreensão" e, nesse sentido, é preciso
politizar as comunidades.
“As pessoas precisam ser
politizadas. As pessoas precisam ser orientadas sobre o que é certo e o que é
errado. Nós precisamos combater a fake news. Não tem porquê a gente deixar que
a mentira seja mais importante do que a verdade”, disse aos influenciadores,
nesta quinta-feira.
Ao citar diversas carências
que ainda existem no país, Lula pediu ajuda ao grupo para divulgar as políticas
públicas para a população. “Eu sei essa desgraceira que acontece na periferia e
eu quero mudar isso”, afirmou.
“Então, eu queria a ajuda de
vocês para mudar. Não tem problema de reclamar, não tem problema de questionar,
falar mal de ministro, falar mal do presidente da República. É preciso fazer as
coisas funcionarem, senão a democracia não tem sentido pro povo. A democracia
pro povo é comer, é estudar, é morar, é ter acesso à cultura, ao lazer, é fazer
o que quiserem”, acrescentou.
Após o encontro, em evento
na comunidade, Lula lançou o programa Gás do Povo, que garantirá gás de cozinha
gratuito a famílias de baixa renda.
Agência Brasil
Nenhum comentário