Seguro-defeso do pescador artesanal terá novas regras em outubro.
Após constatação de possíveis irregularidades no requerimento
do Seguro-Defeso do Pescador Artesanal em diferentes locais do país, o
Ministério da Pesca e Aquicultura informou que a gestão do benefício passará
por mudanças a partir de outubro. Entre os ajustes está a exigência de mais
documentos e informações que comprovem a atividade.
Pescadores artesanais terão que reunir notas fiscais de
venda, comprovantes de contribuição previdenciária, fornecer endereço de
residência e região de atuação para coleta de dados geolocalizadores, além de
terem que realizar o registro biométrico na Carteira de Identidade Nacional
(CIN). Também será necessário produzir relatórios mensais de atividade.
A gestão feita hoje exclusivamente pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), passará a ter a validação dos pedidos pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
Segundo o ministro Luiz Marinho, o processo será concentrado
inicialmente nos estados do Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará e Piauí onde há
maior número de registros e a Controladora Geral da União identificou maior
volume de distorções.
“A ideia é que venha a ser um processo permanente de
fiscalização, de observação e de higienização desse cadastro, para poder ir
constatando e para garantir efetivamente o direito de quem é da lei, que tem
que ser protegido para não ser tentado a pescar no momento que é proibido pela
lei”, diz.
Marinho acrescentou ainda que serão agregados 400 servidores
para o trabalho de verificação presencial dos novos requisitos de habilitação e
validação do pedido que é feito de forma digital.
Investigação
Ao anunciar a mudança, o Ministério da Pesca e Aquicultura
também informou que fez pedido de investigação à Polícia Federal sobre os
indícios de irregularidade apurados pela Controladoria-Geral da União. Segundo
o secretário da pesca artesanal do ministério, Cristiano Ramalho, a constatação
ocorreu por meio de uma auditoria do Plano Anual de Atividades de Auditoria
Interna (PAINT), mas é resultado de um intenso trabalho de aperfeiçoamento de
monitoramento e controle, ocorrido a partir de 2023.
“Avançamos na implementação de melhorias contínuas do sistema
do RGP (Registro Geral da Atividade Pesqueira), chamado PesqBrasil, porque
quando chegamos no ministério, existiam duas bases de dados, o que desqualifica
saber qual é a verdadeira”, destaca.
Segundo o gestor, o trabalho foi uma orientação do próprio
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para atender um anseio da
classe. “A gente não pode abrir espaço dentro de um orçamento com todas as
limitações que nós conhecemos, para ter desvios. Situações em que,
infelizmente, pessoas que não têm direito ao benefício possam usufruir dele, em
detrimento de pessoas que devem ter o direito”, reforça Luiz Marinho.
Agência Brasil
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