Abono salarial PIS/Pasep: veja as novas regras para 2026 e quem pode perder o direito ao benefício.
Limite de renda deixará de
seguir o valor do salário mínimo e passará a ser corrigido pela inflação a
partir de 2026.
O abono salarial do
PIS/Pasep, pago anualmente pelo governo federal a trabalhadores com carteira
assinada, terá novas regras a partir de 2026.
➡️ O abono salarial é um benefício no valor de
até um salário-mínimo concedido anualmente a trabalhadores da iniciativa
privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que trabalharam durante ao menos
30 dias do ano-base (dois anos antes) e que receberam até dois salários mínimos
por mês.
O limite de renda para ter
direito ao benefício deixará de ser calculado com base em dois salários mínimos
e passará a ser corrigido pela inflação, segundo o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC). Na prática, isso deve restringir gradativamente quem tem
direito ao pagamento. (Entenda mais abaixo)
A mudança, que integra o
pacote fiscal aprovado pelo Congresso no final de 2024, visa reduzir gastos
públicos e tornar o programa mais direcionado às pessoas de renda mais baixa.
Entenda nesta reportagem:
>Como ficam as novas
regras?
>Por que as regras
mudaram?
>Veja o calendário de
pagamentos
Como ficam as novas regras?
Antes da aprovação do pacote
fiscal pelo governo, tinham direito a receber o valor funcionários da
iniciativa privada (PIS) e servidores públicos (Pasep) que trabalharam durante
pelo menos 30 dias no ano-base (dois anos antes) e receberam até dois salários
mínimos por mês.
Em 2025, o pagamento do
PIS/Pasep ainda seguiu as regras antigas. Receberam o benefício os
trabalhadores que, no ano-base 2023, tiveram remuneração média de até dois
salários mínimos — o equivalente a R$ 2.640.
O valor pago foi
proporcional ao tempo trabalhado e calculado com base no salário mínimo vigente
no momento do pagamento: de R$ 1.518 para quem trabalhou os 12 meses.
Agora, a PEC estabeleceu uma
regra de transição que, na prática, deve restringir gradativamente quem tem
direito ao benefício:
➡️ A partir de 2026, o cálculo para saber quem
terá direito ao benefício será diferente. Em vez de acompanhar o aumento do
salário mínimo, o limite de renda será ajustado anualmente conforme a inflação.
Assim, a tendência é que, a
cada ano, menos pessoas se enquadrem nos pré-requisitos para receber o
benefício. A previsão do governo é que, até 2035, só tenha direito ao valor os
trabalhadores que ganharam no máximo um salário mínimo e meio por mês no
ano-base.
Conforme a PEC, o salário
mínimo continuará tendo um ganho real (acima da inflação, seguindo as regras do
arcabouço fiscal) durante esse período de transição, mas a concessão do
PIS-Pasep não vai acompanhar esses aumentos.
🔎 Enquanto a correção anual do salário
mínimo é feita pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
mais ganho real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores (e com o
novo teto de reajuste). O valor para acesso ao abono salarial será corrigido
apenas pelo INPC.
Por que as regras mudaram?
Atualmente, o reajuste do
salário mínimo considera a inflação e crescimento da economia. Isso faz com que
o aumento do piso nacional seja, em geral, maior que a variação dos preços.
Ou seja, se o limite do
PIS/Pasep continuasse vinculado ao salário mínimo, o número de pessoas com
direito ao benefício aumentaria a cada reajuste, elevando também os gastos do
governo.
Ao adotar a inflação como
referência, o governo mantém o benefício corrigido pelo custo de vida, mas
evita um crescimento acelerado das despesas.
Segundo o governo, a
intenção é preservar o abono para quem realmente ganha menos, garantindo a
sustentabilidade do programa no longo prazo.
Apesar das mudanças, os
requisitos para receber o abono continuam os mesmos. Para ter direito ao
PIS/Pasep, o trabalhador precisa:
>Estar inscrito no
programa há pelo menos cinco anos;
>Ter trabalhado com
carteira assinada por, no mínimo, 30 dias no ano-base;
>Ter recebido até o
limite de renda estipulado para o ano;
>E ter os dados
informados corretamente pelo empregador na RAIS ou no eSocial.
O benefício é pago a
trabalhadores da iniciativa privada (PIS) e a servidores públicos (Pasep) que
cumpram essas condições.
Calendário de pagamentos
A expectativa é que o
calendário de pagamentos de 2026 seja definido ainda em dezembro deste ano pelo
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).
Em 2025, o Ministério do
Trabalho e Emprego destinou R$ 30,7 bilhões para o pagamento do PIS/Pasep a
cerca de 25,8 milhões de trabalhadores com direito ao abono salarial.
O último grupo, formado por
nascidos em novembro e dezembro, recebeu em 15 de agosto, mas um lote extra foi
liberado em 15 de outubro para quem teve os dados enviados fora do prazo. Todos
os beneficiários poderão sacar os valores até 29 de dezembro de 2025.
Os trabalhadores podem
verificar se têm direito ao benefício pelo aplicativo da Carteira de Trabalho
Digital, siga o passo a passo:
>Certifique-se de que o
aplicativo esteja atualizado;
>Acesse o sistema com seu
número de CPF e a senha utilizada no portal gov.br;
>Toque em
"Benefícios" e, em seguida, em "Abono Salarial". A tela
seguinte irá informar se o trabalhador está ou não habilitado para receber o
benefício.
Vale lembrar que
trabalhadores do setor privado também podem consultar a situação do benefício e
a data de pagamento nos aplicativos Caixa Trabalhador e Caixa Tem.
Por Redação g1 — São Paulo


Nenhum comentário