Em Picuí mulheres agricultoras produzem doces e vão expor materiais na COP 30: ‘desenvolver o empreendedorismo da mulher rural’.
Doces, geleias e bolos são
feitas artesanalmente por uma associação de agricultoras na cidade de Picuí, no
Seridó do estado. Projeto tem objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino.
Uma associação de mulheres
agricultoras na cidade de Picuí, no Seridó da Paraíba, vai expor doces, geleias
e bolos feitas artesanalmente e, em parte, de maneira industrial, durante a 30ª
edição da Conferência do Clima, a COP 30, que vai ser realizada em Belém, no
Pará, a partir do dia 10 de novembro.
Na zona rural de Quixaba,
área rural do município de Picuí, pelo menos nove mulheres, das mais de 25
associadas, desenvolvem o trabalho com as frutas umbú, caju e coco. Os
materiais feitos são justamente a partir da fruta extraída naquela região. O
projeto tem objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino.
"São 25 mulheres que
são associadas atualmente, mas na ativa são nove que estão trabalhando
diariamente, de segunda a sexta, produzindo e vendendo para Bahia, Maranhão,
Belo Horizonte, onde pede a gente entrega”, disse Damiana Morais, presidente da
associação.
Em relação a matéria prima
para produção dos materiais, as próprias mulheres colhem os frutos para
produção. Por mês, a produção gera cerca de R$ 30 mil, que é dividido
proporcionalmente de acordo com as horas trabalhadas e destinadas ao projeto.
“Eu vivia em casa, sou da
agricultura, no roçado, ajudando meu marido a cortar lenha e catar, aí quando
eu passei a vir para cá, tudo melhorou”, relatou Adriana Mohamed, uma das
produtoras da associação.
O projeto surgiu devido uma
necessidade criada a partir das condições climáticas da região do Seridó
paraibano para as mulheres que já trabalhavam como agricultoras. A fundadora da
associação "Mulheres da Quixaba" disse que, antes do projeto, parte
delas ficava ociosa.
“As mulheres da Quixaba não
têm muito o que fazer, porque as chuvas são poucas, as mulheres se limitam a
ficar em casa, esperando pelos auxílios do Governo Federal, então, partindo
daí, tivemos essa ideia, fundamos a associação e começamos a luta em buscar
apoios", explicou Ednalva Dantas.
De acordo com a fundadora,
inicialmente foi buscada uma capacitação para trabalhar com o umbú pelas
pioneiras da associação e, posteriormente, a expertise com outras frutas foram
sendo acrescentadas ao empreendimento.
"A primeira porta que a
gente bateu foi na antiga Emater, hoje Empaer, buscamos uma capacitação para se
trabalhar com umbu, fruto nativo da região", disse.
A participação na COP30
Apesar da produção ser
totalmente paraibana, os doces e outros materiais produzidos pelas associadas
vão ser exibidos no painel do estado do Pará, já que a Paraíba não vai ter uma
exposição própria no evento. No entanto, as mulheres vão participar das mesas
de negociação.
“Imagine só, as delícias da
Quixaba trigésima Conferência Mundial trabalhando sobre a questão climática.
Nós estamos indo lá com um projeto, de desenvolver o empreendedorismo da mulher
rural”, ressaltou Ednalva Dantas, fundadora da associação.
Mesmo com a participação na
cúpula do clima, a visão da associação é, em primeiro lugar, para ajudar as
mulheres da região do interior da Paraíba, para a mulher rural ser inserida no
mercado de trabalho e ser reconhecida.
“Aqui, esse lugar [o sítio
Quixaba], ele foi construído a partir de sonhos. Sonhamos em ter um futuro
melhor, sonhamos onde a mulher rural fosse inserida no mercado de trabalho. É
dado um duro muito grande, essas mulheres trabalham duro para que essas
produções aconteçam”, disse.
A Conferência do Clima é
anualmente realizada em diferentes países, que reúne diversos líderes mundiais
com intuito de discutir formas para beneficiar o meio ambiente e conter os
avanços da poluição e problemas climáticos.
Por g1 PB



Nenhum comentário