STF marca julgamento de denúncia contra Eduardo Bolsonaro por coação.
Parlamentar é acusado de
promover campanha dos EUA contra o Brasil
A Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) vai julgar, entre os dias 14 e 25 de novembro, se recebe
ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra
o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação no curso do
processo. O julgamento será em ambiente virtual. 
Nessa fase, a Primeira Turma
vai decidir se abre uma ação penal contra Eduardo, tornando-o réu. Se isso
ocorrer, ainda deverá ser realizada uma instrução processual, na qual acusação
e defesa terão oportunidade de apresentar suas provas e inquirir testemunhas.
Eduardo foi acusado de
tentar intimidar o Supremo a arquivar a ação em que seu pai, o ex-presidente
Jair Bolsonaro, foi condenado a 27 anos e três meses por tentar um golpe de
Estado, entre outros crimes relacionados. 
Segundo a denúncia, Eduardo
promove abertamente uma campanha para que o governo dos Estados Unidos aplique
sanções contra autoridades judiciais brasileiras, de modo a intimidá-las a não
condenar seu pai. 
Desde que foi para os
Estados Unidos, em março, alegando perseguição política do seu clã, o deputado
vem divulgando uma agenda de reuniões com integrantes do governo do presidente
estadunidense Donald Trump. 
Neste ano, Trump decidiu
impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, dando entre as
justificativas o que vê como uma perseguição política a Bolsonaro. A Casa
Branca também cancelou os vistos de ministros do Supremo e do procurador-geral
da República, Paulo Gonet. 
Defesa
Neste caso, como Eduardo não
constituiu advogado, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo,
ordenou que a Defensoria-Pública da União (DPU) fizesse a defesa do
parlamentar. 
Na sexta-feira (31), a DPU
pediu a rejeição da denúncia, argumentando que o deputado não é autor das
sanções e que suas manifestações são “exercício legítimo da liberdade de
expressão e do mandato parlamentar”.
Eduardo foi denunciado junto
com o jornalista Paulo Figueiredo, que constantemente o acompanha nas agendas
em Washington, mas o caso dos dois acabou tendo andamentos diferentes devido à
dificuldade de intimar o blogueiro, que mora nos Estados Unidos há pelo menos
10 anos. 
Na semana passada, Moraes
determinou que Figueiredo seja intimado por meio de carta rogatória,
procedimento mais demorado que depende da atuação em várias etapas por parte de
diplomacia e do judiciário dos EUA.  
Agência Brasil


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