Morre Lindomar Castilho, Rei do Bolero condenado por feminicídio. Morte do cantor foi divulgada pela filha nas redes sociais.
Morreu neste sábado (20),
aos 85 anos, o cantor Lindomar Castilho, conhecido como o Rei do Bolero. Além
de ser lembrado pelos sucessos da década de 70, Castilho também protagonizou um
dos crimes de feminicídio mais emblemáticos do país, quando assassinou a tiros
a ex-mulher e também cantora Eliane de Grammont. Após o crime, foi condenado a
12 anos de prisão.
A informação sobre a morte
do cantor foi dada pela filha dele, a coreógrafa Lili de Grammont, por um post
nas redes sociais. Ela, no entanto, não divulgou informações sobre a causa ou o
local de óbito. Castilho vivia em ostracismo, desde que deixou a prisão, na
década de 90, mas gravou um álbum ao vivo nos anos 2000.
Lili, filha de Eliane de
Grammont com Castilho, comentou sobre o crime em seu post de despedida. “Meu
pai partiu! E como qualquer ser humano, ele é finito, ele é só mais um ser
humano que se desviou com sua vaidade e narcisismo. E ao tirar a vida da minha
mãe também morreu em vida. O homem que mata também morre. Morre o pai e nasce
um assassino, morre uma família inteira”. Ela estava com apenas 2 anos de
idade, quando perdeu a mãe.
“Diante de tudo isso, desejo
que a alma dele se cure, que sua masculinidade tóxica tenha sido transformada”,
escreveu ainda a coreógrafa.
Carreira e feminicídio
Lindomar Castilho nasceu
Lindomar Cabral, na cidade de Rio Verde, no estado de Goiás, em 1940. Gravou
seu primeiro álbum Canções que não se Esquecem, em 1962. Logo começou a fazer
sucesso cantando boleros e sambas-canções.
Na década de 70, era um dos
maiores vendedores de discos no Brasil e passou a ter seus discos lançados
também nos Estados Unidos. Seu maior sucesso é a música Você é doida demais,
que foi tema de abertura da série de comédia Os Normais, da TV Globo.
Castilho conheceu Eliane de
Grammont, à época uma cantora em início de carreira, nos corredores da extinta
gravadora RCA. Casaram-se em 1979 após dois anos de namoro, e logo tiveram a
única filha, Liliane.
O casamento, no entanto,
acabou no ano seguinte, por causa da agressividade de Castilho, que tinha
constantes crises de ciúme, agravadas pelo alcoolismo; ele não aceitava o
divórcio.
Em 30 de março de 1981, o
cantor matou Eliane com cinco tiros nas costas, quando ela se apresentava na
casa de shows paulista Café Belle Epoque, em São Paulo, ao lado do seu
namorado, Carlos Randall, também atingido por um dos tiros. Castilho foi preso
em flagrante. O julgamento, em júri popular, o condenou a 12 anos de prisão.
Agência Brasil


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