MP instaura procedimento para acompanhar medidas relacionadas à morte na Bica.
O Ministério Público da
Paraíba, por meio do 42º Promotor de Justiça de João Pessoa, com atribuições na
tutela do Meio Ambiente e do Patrimônio Social, Edmilson de Campos Leite Filho,
instaurou Notícia de Fato para acompanhar as medidas adotadas pelos órgãos
competentes relacionadas ao episódio ocorrido na Bica.
A NF foi instaurada ainda
neste domingo (30/11), data em que o jovem de 19 anos, com transtornos mentais,
Gerson de Melo Machado, foi morto pela leoa Leona no Parque Arruda Câmara, mais
conhecido como Bica, na Capital. De acordo com a prefeitura, que administra o
local, e vídeos que registraram o ocorrido, o rapaz escalou uma parede, passou
pela grade de proteção e desceu para o ambiente do animal por uma árvore. O
Parque estava aberto aos visitantes no momento do ataque.
Para instaurar o
procedimento, o promotor de Justiça levou em consideração o dever do Ministério
Público de zelar pela efetividade das políticas públicas ambientais, pelo
bem-estar da fauna e pelo cumprimento das normas de segurança e manejo
previstas na legislação ambiental. Considerou também a repercussão social e
ambiental do fato, bem como a necessidade de avaliar, sob a perspectiva da
tutela coletiva, as providências adotadas pelo Poder Público municipal no
tocante ao manejo da fauna sob sua guarda.
Na NF, o Ministério Público
determina que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semam/JP) seja oficiada
para informar no prazo de 15 dias, quais providências foram adotadas após o
ocorrido, especificando eventuais procedimentos administrativos, vistorias,
avaliações técnicas ou medidas de reforço de segurança relacionadas ao Parque
Arruda Câmara.
No mesmo prazo, a direção do
Parque Zoobotânico Arruda Câmara – Bica, deve esclarecer as providências
adotadas em razão dos recentes acontecimentos, inclusive no tocante ao manejo e
à proteção da leoa. O Ministério Público quer saber: se o parque mantém e
observa integralmente os padrões técnicos de segurança aplicáveis ao recinto e
ao manejo de fauna silvestre em cativeiro; se foram realizados exames
médico-veterinários completos na leoa, antes e após o fato, com vistas à
manutenção da higidez física e comportamental do animal, juntando, se houver,
relatórios médicos, exames laboratoriais, registros de comportamento ou
protocolos de avaliação pós-ocorrência; e quais medidas de manejo, bem-estar e
enriquecimento ambiental foram adotadas ou reforçadas após o fato.
“Estamos atentos e
vigilantes para o caso, devendo dizer que outras medidas podem ser tomadas no
futuro, caso o Ministério Público entenda necessárias, notadamente aquelas que
digam respeito à segurança do próprio animal e da população que frequenta o
ambiente”, concluiu o promotor Edmilson de Campos Leite Filho.
Saúde Mental
O MPPB também vem atuando
para cobrar do poder público a estruturação e o fortalecimento da Rede de
Atenção Psicossocial no município de João Pessoa e no Estado da Paraíba, com
destaque para a implementação de serviços, como as Residências Terapêuticas
para pessoas com transtornos mentais graves que não têm suporte social ou
familiar. O objetivo é garantir a dignidade dessas pessoas e assegurar a elas o
direito ao atendimento profissional qualificado, humanizado e multiprofissional
no SUS.
Ascom/MPPB


Nenhum comentário