Saúde da Paraíba alerta população sobre riscos e cuidados em casos de acidentes com animais silvestres.
A Secretaria de Estado da
Saúde da Paraíba (SES-PB) divulgou, nessa quarta-feira (17), o Alerta
Epidemiológico nº 5, que informa a ocorrência de caso suspeito de raiva humana
no estado e reforça a necessidade de vigilância ativa, notificação imediata e
adoção das medidas de prevenção e controle previstas nos protocolos do
Ministério da Saúde. A raiva é uma doença infecciosa aguda, de evolução grave e
letalidade próxima de 100% após o início dos sintomas clínicos, transmitida
principalmente pela saliva de animais infectados, por meio de mordidas,
arranhões, lambeduras ou contato com mucosas e pele lesionada.
A SES reforça que toda
situação de exposição deve ser prontamente avaliada nos serviços de saúde,
garantindo a indicação adequada das medidas de profilaxia pós-exposição, que
são eficazes quando iniciadas oportunamente. Em situações de mordida, arranhão
ou contato suspeito, a orientação inicial é lavar imediatamente o local do
ferimento com água corrente e sabão, de forma abundante. Caso estejam
disponíveis, podem ser utilizados antissépticos como clorexidina ou iodo, sem
substituir a necessidade de avaliação em serviço de saúde.
De acordo com a
infectologista da SES, Júlia Chaves, a conduta adequada depende do tipo de
animal envolvido, da lesão e da gravidade do caso. “A primeira medida é lavar
bem o local com água e sabão. Em seguida, é fundamental procurar atendimento
médico. Quando se trata de animais silvestres, como sagui, macaco, raposa,
guaxinim, coati, gambá, capivara, cachorro-do-mato ou morcego, a orientação é
buscar atendimento imediatamente após qualquer mordida ou arranhão”, explicou.
A médica destacou ainda que,
nos casos envolvendo cães e gatos, a conduta varia conforme o estado do animal.
“Se o animal apresentar comportamento estranho, sintomas neurológicos ou sinais
de doença, a pessoa deve procurar atendimento imediatamente. Quando o animal
estiver aparentemente saudável, ele pode ser observado por 10 dias. Caso adoeça,
morra ou fuja nesse período, é necessário procurar o serviço de saúde”,
orientou.
Segundo Júlia Chaves, a
necessidade de vacinação e/ou uso de soro antirrábico é definida após avaliação
clínica e epidemiológica. “A indicação vai depender da pessoa exposta, do
animal envolvido e da gravidade da lesão. Por isso, é essencial procurar o
atendimento médico para que a conduta correta seja adotada, conforme cada
caso”, reforçou.
A infectologista alertou
ainda para a gravidade da doença e a importância da prevenção. “A raiva é uma
doença gravíssima, e praticamente todas as pessoas que desenvolvem a doença
evoluem para óbito. Por isso, é fundamental evitar qualquer tipo de contato com
animais silvestres, mesmo que pareçam dóceis. Não é adequado brincar, alimentar
ou tocar esses animais”, destacou.
Em relação aos animais
domésticos, a orientação é manter distância caso apresentem comportamento
incomum. “Se o animal de estimação estiver mais agressivo, apático, espumando
ou com comportamento estranho, a recomendação é não tocar e buscar orientação
de um médico veterinário”, completou.
A SES-PB reforça que todos
os casos suspeitos de raiva humana são de notificação imediata, devendo ser
comunicados em até 24 horas aos serviços de vigilância em saúde, permitindo a
investigação oportuna e o acompanhamento adequado.
A Paraíba mantém ações
contínuas de prevenção e controle da raiva, incluindo campanhas regulares de
vacinação animal. O estado não registra casos de raiva humana transmitida por
cães há 26 anos, e os episódios mais recentes em humanos estiveram associados a
variantes do vírus oriundas de animais silvestres, o que reforça a importância
da vigilância e da adoção imediata das medidas preventivas.
Por meio do Centro de
Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Paraíba (Cievs-PB) e das
áreas técnicas da vigilância epidemiológica, a SES-PB segue monitorando a
situação, apoiando os municípios e orientando profissionais de saúde quanto às
ações de investigação, notificação e profilaxia pós-exposição.
O Alerta Epidemiológico nº 5
- Raiva Humana está disponível para consulta através do link: https://paraiba.pb.gov.br/diretas/saude/arquivos-1/vigilancia-em-saude/alerta-epidemiologico-n-05-raiva-humana.pdf
Secom


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