Central vê manobra dos prefeitos para não pagar novo mínimo.

Como praticamente todas as câmaras municipais da Paraíba vão estar em recesso, em janeiro, os prefeitos terão um álibi para não enviar os projetos ao Legislativo, instituindo o novo salário mínimo de R$ 622,00. Logo, os servidores receberiam o piso de R$ 545,00. O alerta foi feito ontem pelo presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil na Paraíba (CTB-PB), José Gonçalves.

O sindicalista anunciou que a CTB irá acompanhar em todos os municípios, em conjunto com os sindicatos filiados, o pagamento do salário mínimo aos servidores públicos municipais e trabalhadoras da iniciativa privada. Outra preocupação de Gonçalves diz respeito aos servidores que ganham acima do mínimo, a exemplo dos motoristas que ganham dois salários e algumas prefeituras congelaram esses valores.

“Temos o exemplo do município de Condado, no Sertão, onde os motoristas estão com o mesmo salário de 2010, ou seja, R$ 1.020,00 e o gestor não enviou nenhuma lei para aprovação na Câmara atualizando esse valor”, frisou.

APROPRIAÇÃO

José Gonçalves, que também é presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Patos e Região (Sinfemp), denunciou que prefeitos de nove municípios se apropriam indevidamente dos valores descontados dos servidores que são associados à entidade.

Segundo ele, o fato se caracteriza apropriação indébita e consequentemente, improbidade administrativa, pois os recursos correspondem às mensalidades sindicais, devendo as mesmas serem repassadas mensalmente ao sindicato. Diante disso, ele está entrando com ações de cobrança na Justiça contra as prefeituras.

JP Online