187 municípios da PB estão inadimplentes.

Os dados apontam que a Paraíba está acima da média nacional e ocupa a 7ª
posição entre os Estados com maior índice de inadimplentes. Em todo o país,
70,4% dos municípios enfrentam essa situação.
A pesquisa da CNM foi feita a partir de dados do Cadastro Único de Convênio
(Cauc), do Tesouro Nacional, que reúne informações sobre todas as
responsabilidades dos Estados e municípios perante o governo federal.
Segundo a
entidade, estão impedidos atualmente de celebrar convênios com a União cerca de
3.922 municípios, do total de 5.568 cidades do país. O levantamento é referente
ao período de outubro, e um novo balanço está previsto para o final do ano.
Segundo os dados da CNM, 187 municípios paraibanos integram o rol de
inadimplentes. Entre as maiores cidades do Estado, cinco não possuem pendências
e estão aptas a celebrar convênios com a União. São elas: João Pessoa, Campina
Grande, Bayeux, Patos e Monteiro. Já Cabedelo, Santa Rita, Cajazeiras,
Guarabira, Sousa e Sapé estão entre os municípios com algum tipo de pendência
indicada no Cauc.
Para ser considerado apto, cada município precisa cumprir todos os 13
requisitos fiscais exigidos pela União, relativos à adimplência financeira
(tributos, contribuições com o FGTS e adimplência em empréstimos), prestação de
contas dos convênios, transparência e cumprimento das obrigações constitucionais
ou legais, entre elas a aplicação mínima de recursos em educação e saúde,
conforme os percentuais previstos em lei, e estar em situação de regularidade da
previdência.
MUDANÇA
Ao verificar o elevado número de municípios com apontamentos no Cauc, o
presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, aponta a necessidade de mudança no sistema.
“Esses números comprovam que alguma coisa deve estar errada no Sistema de
Transferências Voluntárias da União para com os municípios e isso precisa ser
revisto”, alerta. Ele lembra, ainda, que a CNM defende há anos mudança no
sistema de transferências voluntárias e destaca o fato de os municípios estarem
enfrentando esse problema passado menos de dez meses do começo do mandato dos
atuais prefeitos.
A CNM alerta que a situação é crítica em 10 Estados onde pelo menos 80% dos
municípios possuem restrições junto ao Cauc e entre eles a Paraíba. Pará e
Pernambuco apresentam o pior cenário, com 92,4% e 91,8% dos municípios em
situação de inadimplência, respectivamente. Em seguida, estão Amapá (87,5%),
Alagoas (87,3%), Bahia (84,9%) e Amazônia (83,9%). Na sétima posição está a
Paraíba, que apresenta o quarto pior índice do Nordeste, com 83,9%. O Estado
fica na frente ainda de Ceará (83,7%), Piauí (83,5%) e Roraima (80,0%).
NA PAUTA DO CONGRESSO
O problema da inadimplência dos municípios brasileiros está na pauta de hoje
do Congresso Nacional, com a votação do projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) para 2014. Um dos principais pontos da LDO é a redução da
contrapartida obrigatória de Estados e municípios para a execução de programas
com verba federal. Além disso, a proposta limita para 120 dias a validade do
cadastro que mostra se o município ou estado está apto ou não a receber recursos
federais.
As mudanças foram inseridas pelo relator da LDO, deputado Danilo Forte
(PMDB-CE). Com a alteração, a contrapartida mínima dos municípios de até 50 mil
habitantes caiu de 2% do valor do convênio, previsto no projeto do Executivo,
para 0,1% do total. A menor porcentagem para municípios com mais de 50 mil
habitantes era de 8% e foi para 1% do total. Nos Estados, a contrapartida foi de
10% para 2%. Em caso de convênios celebrados com a União por consórcios de
Estados e municípios, o percentual caiu de 2% para 0,1%.
JPOnline
Nenhum comentário