Coordenadora Municipal de Vigilância Epidemiológica divulga Boletim Epidemiológico da Dengue no Município de Picuí.
A dengue é uma infecção viral que se
tornou um grave problema de saúde pública no Brasil, assim como em outras
regiões tropicais do mundo. É de transmissão essencialmente urbana, ambiente no
qual se encontram todos os fatores fundamentais para sua ocorrência: o homem, o
vírus, o vetor e, principalmente as condições políticas, econômicas e culturais
que formam a estrutura que permite o estabelecimento da cadeia de transmissão.
O vírus da dengue pode se apresentar
de quatro formas diferentes, que vai desde a forma inaparente, isto é, quando a
pessoa está com a doença, mas os sintomas não se manifestam, até quadros de
hemorragia, que podem levar o doente ao choque e ao óbito.
A apresentação típica da dengue
inclui a presença de febre há menos de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois
dos seguintes sintomas:
Cefaléia (Dor de cabeça);
Dor atrás dos olhos;
Dor muscular;
Dor nas articulações;
Abatimento físico;
Manchas vermelhas pelo corpo;
Náuseas ou vômitos.
A febre é geralmente a primeira
manifestação, com início repentino e temperatura superior a 38ºC. Em crianças,
a dengue pode se manifestar através de sintomas inespecíficos como dor
abdominal, rubor facial, náuseas, vômitos, diarreia, falta de apetite e
irritabilidade.
De acordo com o último boletim
epidemiológico divulgado no dia 23/04/2014 pelo Ministério da Saúde houve uma
queda nos casos de dengue nos três primeiros meses deste ano, em comparação com
o mesmo período do ano passado.
Em 2014, foram 215.169 notificações,
o que representa uma redução de 76,7% quando comparado ao primeiro trimestre do
ano passado (921.716). O número de casos graves da doença também caiu 80% no
primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. De 1º de
janeiro a 5 de abril, foram confirmados 937 casos graves da doença, contra
4.722 em 2013.
Seguindo a mesma tendência, os
óbitos pela doença diminuíram 87% em relação a 2013. No período, foram
confirmados 47 óbitos, sendo que no ano passado foram 368. Treze estados não
registraram óbitos neste período: Rondônia, Acre, Roraima, Pará, Amapá,
Tocantins, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Os estados do Amapá, Roraima, Sergipe, Maranhão,
Piauí, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul, apresentaram os
menores índices de notificação pela doença neste período.  
O Ministro da Saúde atribui a queda
no número de casos graves à organização da rede pública de saúde em todo o
país, à ampliação no fluxo de atendimento, ao diagnóstico precoce e, sobretudo,
a uma maior conscientização da população.
No município de Picuí, os dados
seguem o mesmo parâmetro nacional. Nos primeiros meses de 2014 tivemos uma
redução de aproximadamente 20% no número de casos suspeitos notificados. Até o
momento foram 26 notificações. Destas, apenas 02 tiveram resultado confirmado
por sorologia e 02 foram descartados. (em 2013 foram 33 notificações e 06 foram
confirmados). Não houve nenhum caso de agravamento da dengue, nem óbito em
nosso município.
Tal redução deve-se ao trabalho em
equipe realizado pelos profissionais da saúde que vem sendo desenvolvido:
Os agentes de endemias, a cada 2
meses, realizam as visitas domiciliares, a procura de larvas do mosquito. Em
caso positivo, realizam o devido tratamento;
As unidades de saúde fazem o
atendimento e notificam o caso suspeito, semanalmente;
A Vigilância Epidemiológica recebe
essas notificações e inicia a investigação dos casos, identificando tais
pacientes e seus respectivos endereços, informando à Vigilância Ambiental, para
que as devidas medidas sejam tomadas;
As medidas emergenciais são:
providenciar o carro fumacê para eliminação do mosquito em sua forma alada;
delimitação de foco nas localidades onde há casos confirmados de dengue;
campanhas, arrastões e palestras educativas nas escolas;
Os exames são enviados ao LACEN
(único laboratório aceito pelo Ministério da Saúde);
Qualquer informação só pode ser
divulgada oficialmente, após a confirmação do resultado pelo LACEN.
No
que diz respeito ao óbito ocorrido recentemente, em abril do corrente ano, a
vítima residia no município de Cuité e trabalhava no nosso município, tendo
sido encaminhado e notificado pelo Hospital Regional de Picuí. Assim, não há
como saber onde o paciente contraiu a doença, nem tampouco por qual motivo os
sintomas se agravaram. Há vários fatores predisponentes a um caso de
agravamento: automedicação, adiamento em procurar o profissional médico, uso de
medicamentos a base de Ácido Acetil Salicílico (AAS), dentre outras. É
importante destacar ainda que a causa mortis do referido paciente só será
confirmada após concluída a investigação. Isso porque a sorologia realizada
indica apenas que ele estava com o vírus da dengue, sem, no entanto, maiores
comprovações para o diagnóstico de dengue hemorrágica.
Portanto,
aos primeiros sintomas da doença (febre, dor de cabeça, dores nas articulações
e no fundo dos olhos), a recomendação do Ministério da Saúde é procurar o serviço
de saúde mais próximo e não se automedicar. Quem usa remédio por conta própria
pode camuflar sintomas e, com isso, dificultar o diagnóstico.
Para
diminuir a proliferação do mosquito, é importante que a população verifique o
adequado armazenamento de água, o acondicionamento do lixo e a eliminação de
todos os recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do
mosquito. Além disso, é essencial que, nos ambientes públicos, sejam realizados
serviços que contribuam para a eliminação dos focos, como recolhimento regular
de lixo nas vias, a limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e
borracharias.
Picuí-PB, 07 de maio de 2014
AIRY YSMÊNIA DE LIMA MEDEIROS
Coordenadora Municipal de Vigilância
Epidemiológica
Ascom/PMP


Nenhum comentário