CFM aponta falta de estrutura em unidades de saúde da Paraíba.
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O Conselho Federal de Medicina (CFM)
divulgou nesta segunda-feira (2) um levantamento das fiscalizações que foram
realizadas durante o ano de 2014 em unidades de saúde do Brasil. Os dados
levantados pelo CFM apontam que na Paraíba um total de oitenta e duas unidades
básicas de saúde estão em situação precária de funcionamento.
A situação dos postos de saúde no
país foi destaque no programa Fantástico do domingo (1º). O levantamento do CFM
foi alimentado por dados dos Conselhos Regionais de todo o país. O órgão não
divulgou detalhes da situação de cada estado e nem os municípios em que os
postos estão localizados, mas apontou
que os principais problemas encontrados se repetem por unidades de saúde de
todo o Brasil.
De acordo com João Alberto Pessoa, diretor de fiscalização
do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), no ano passado foram
fiscalizados 86 unidades de saúde das 223 cidades paraibanas. Para João
Alberto, a maior dificuldade no Estado é a falta de estrutura dos postos de
atendimento.
“O maior problema que identificamos
aqui é a condição física do ambiente de trabalho dos médicos. Por exemplo,
temos PSF onde não há lugar para se examinar o paciente. O ambiente muitas
vezes também não tem condições de higiene”, afirmou João Alberto. “Não adianta
colocar um médico em um local se lá ele não tem condições de atuar”, disse o
médico.
No Brasil
De acordo com o CFM, foram
fiscalizados ambulatórios, unidades básicas de saúde, centros de saúde e postos
do programa de Estratégia de Saúde da Família do Sistema Único de Saúde (SUS),
nos quais avaliaram-se questões como estrutura física das unidades, itens
básicos necessários para o funcionamento de um consultório e condições de
higiene.
De acordo com as informações
divulgadas pelo Conselho Federal de Medicina,
331 unidades tinham mais de 50 itens em desconformidade com o estabelecido
pelas normas sanitárias. O levantamento mostrou que 37% das unidades
fiscalizadas não tinham sanitário adaptado para pessoas com deficiência; 25%
não tinham sala de esterilização; 22% não dispunham de sala de espera com
bancos ou cadeiras apropriados para os pacientes; e 18% não contavam com sala
ou armário para depósito de material de limpeza.
Em 38 unidades visitadas, não
existia sequer consultório médico. “Sabíamos que a situação era precária, mas
agora, com a informatização da fiscalização, comprovamos em números o quanto a
assistência básica está abandonada”, afirmou o presidente do CFM, Carlos Vital.
“Em nossas fiscalizações são feitos
relatórios que são encaminhados ao Ministério Público e aos gestores. Quando
são constatados problemas, pedimos que o gestor responsável solucione e caso
isso não seja feito, entramos com o processo de interdição ética, para impedir
que os médicos trabalhem nesses locais”, continuou Vital.
Os dados do Conselho Federal de
Medicina serão encaminhados aos secretários estaduais de Saúde e ao Ministério
Público Federal (MPF).
G1 PB
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