Câmara conclui votação e permite que qualquer atividade seja terceirizada.
A
Câmara dos Deputados concluiu nesta quarta-feira (22) a votação do projeto de
lei que regulamenta contratos de terceirização.
O texto principal foi aprovado no último dia 8, mas a análise de emendas
(propostas de alteração do texto apresentadas pelos partidos) ficou para esta
semana. O projeto agora segue para votação no Senado.
Apesar
da intensa campanha do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o
plenário manteve o ponto de maior polêmica da proposta – a permissão para
terceirizar qualquer atividade.
Atualmente,
uma súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) prevê que as empresas só
podem subcontratar serviços para o cumprimento das chamadas atividades-meio,
mas não atividades-fim. Ou seja, uma universidade particular pode terceirizar
serviços de limpeza e segurança, mas não contratar professores terceirizados.
Pelo projeto aprovado na Câmara, essa limitação não existirá mais. O PT tentou
votar uma emenda que alterava o projeto para manter a restrição à terceirização
de atividades-fim.
No
entanto, o plenário aprovou antes uma outra emenda, de autoria do PMDB, que
reforça a possibilidade de terceirização de qualquer função ao definir empresa
contratada como "associações, sociedades, fundações e empresas
individuais" que prestem serviços relacionados à "parcela de qualquer
atividade da contratante".
Com
a aprovação dessa emenda, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
entendeu que a proposta do PT sequer deveria ir à votação, já que tratava de
tema já analisado pelo plenário.
O
líder do PT, Sibá Machado (AC), afirmou que a questão da atividade-fim deveria
ser votada nominalmente para deixar clara para os trabalhadores a posição de
cada parlamentar sobre o tema. Para o petista, esse trecho do projeto vai
ampliar os contratos terceirizados e “precarizar” as relações de trabalho.
“Não
se trata de uma questão regimental ou não. Vamos considerar uma questão
simbólica. Era o entendimento que eu tive em todas as negociações [com os
líderes partidários], que essa matéria seria levada a votação, em votação
nominal. Era a questão que tínhamos como sublime do debate”, disse o petista.
Eduardo
Cunha, porém, manteve a decisão e argumentou que houve tempo para o debate
sobre a ampliação dos contratos de terceirização. “Todos tiveram a oportunidade
de fazer o debate político e vossa excelência, inclusive, fez o debate de com a
posição de derrotar a emenda [do PMDB]”, declarou.
G1
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