Promotoria ajuíza ação para impedir Festa da Padroeira, em Santa Rita.
Município não paga servidores e tem
serviços de saúde parados; mas pretende fazer festa que pode custar R$ 374 mil
aos cofres públicos.
A
Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Santa Rita ajuizou uma
ação cautelar com pedido liminar contra a Fazenda Pública do município para
impedir a realização da Festa da Padroeira da cidade, prevista para o período
de 22 a 25 de maio e que pode custar aos cofres públicos R$ 374 mil.
De
acordo com a promotora de Justiça Anita Bethânia Rocha, o Município de Santa
Rita vem passando por uma grave crise financeira, que tem repercutido na falta
de pagamento dos salários dos servidores municipais, na ausência de
medicamentos, no fechamento de serviços de saúde e em problemas na prestação de
serviços educação, como creches e pré-escolas, e até no comprometimento de
ações voltadas ao público infanto-juvenil. “A ambulância do Samu – Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência – deste município não está atendendo a população
desde o dia 11 de abril de 2015, por falta de remuneração de servidores
contratados, que não recebem os respectivos salários desde janeiro deste ano”,
exemplificou.
Apesar
da crise, a Prefeitura já anunciou a realização da “Festa da Padroeira” com a
participação de atrações musicais nacionais, como a Banda “Aviões do Forró”,
cujo cachê é de R$ 150 mil.
O
fato levou a promotoria de Justiça a instaurar inquérito civil público, em que
foi constatado que a Prefeitura pretende contratar essas bandas por
inexigibilidade de licitação, podendo gastar até R$ 450 mil com a festa.
Foi
constatado que esses processos licitatórios ainda não foram concluídos. Já a
Secretaria de Finanças Municipal informou que a dotação orçamentária prevista
para eventos festivos é de R$ 370.174,00. “Diante de tal situação, não nos
parece razoável que o Município de Santa Rita, que alega estar passando por
sérias dificuldades financeiras e que tem várias demandas vitais e urgentes não
atendidas, promova elevados gastos com a contratação de shows artísticos e bandas,
além de contratação de palco e som, para a realização de festa”, disse a
promotora de Justiça.
A ação
A
ação cautelar ajuizada pela promotoria requer que seja deferida liminar
determinando o bloqueio dos R$ 370.174,00, previstos no orçamento para a
realização da “Festa da Padroeira” da cidade e que o Município seja proibido de
realizar qualquer evento festivo, enquanto perdurarem os atrasos nos
vencimentos dos servidores públicos e enquanto o serviço de ambulância do Samu
não for restabelecido e as três unidades de Saúde da Família (que estão
atualmente fechadas) não forem reabertas em condições adequadas de
funcionamento.
A
ação requer ainda para garantia do cumprimento da liminar que o Município seja
advertido quanto ao crime de desobediência e que em caso de descumprimento, o
ente público e o gestor que dirige e que venha a descumprir a determinação judicial
seja penalizado com o pagamento de R$ 500 mil.
O
Ministério Público estadual requereu ainda que seja requisitado ao Município a
cópia de todos os procedimentos licitatórios relacionado à realização da Festa
da Padroeira da cidade e das planilhas atualizadas contendo o valor da folha de
pagamento dos servidores públicos municipais em atraso.
Caso
seja deferida a liminar, a promotoria também requereu que a Fazenda Pública do
Município de Santa Rita - na pessoa do prefeito Reginaldo Costa ou do procurador-geral
do Município, Onaldo Queiroga Filho - responda à ação no prazo de cinco dias,
de modo que ela seja julgada procedente para tornar definitiva a liminar
concedida.
Ascom

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