Administração estadual tem R$ 415 mi 'pendurados' de 2015.
O
ano de 2016 fechou o primeiro mês e o governo do Estado ainda não conseguiu
honrar todos os compromissos firmados no exercício do ano passado. Somadas 39
pastas das administrações direta e indireta, com encargos gerais financeiros e
administrativos do Estado e 16 fundos especiais mantidos pelo governo, o
Executivo acumula um bolo de R$ 415,82 milhões de restos a pagar a credores de
diversas naturezas. Os dados, obtidos através do Portal da Transparência, estão
atualizados até a última sexta-feira.
Por
lei, os pagamentos por produtos ou serviços não efetuados pelo poder público
até 31 de dezembro do ano passado serão registrados na contabilidade deste ano
como “restos a pagar”. De responsabilidade da administração do ano anterior, os
restos a pagar formam um sério entrave aos investimentos no orçamento estadual,
já que deve comprometer as receitas para este ano com mais este compromisso.
Do
total de despesas empenhadas e não pagas pelo Estado, quase R$ 45,62 milhões se
referem a direitos trabalhistas. Neste quesito estão incluídas as contribuições
para o regime de previdência própria do Estado (PBPrev), a Previdência Social
(INSS), depósitos de FGTS dos servidores ainda não debitados pelo governo, além
de outras contribuições patronais e tributárias, pagamento de diárias fora e
dentro do Estado e remunerações ainda não pagas a servidores, estagiários e
monitores.
O
maior débito com direitos trabalhistas é o da Secretaria da Educação, que chega
a R$ 18,37 milhões de contribuições ainda não pagas. A pasta, inclusive, é a
que tem o maior volume de despesas a serem lançadas como resto a pagar,
deixando R$ 147,14 milhões para este ano. Desse montante, R$ 31,28 milhões
apenas com prestação de serviços de terceiros prestados, empenhados e não pagos
pelo Estado.
Outra
área prioritária, que é a da Saúde, é a vice-campeã em pendências de pagamento,
com R$ 135,70 milhões de possíveis restos a pagar para este ano. Do total,
chama a atenção o montante de R$ 83,65 milhões dispendidos para a aquisição de
medicamentos, mas não pagos pelo Executivo, que chega a R$ 48,74 milhões.
PRIMEIRO
MUNDO
As
únicas que tiveram o zelo do Estado em cumprir os compromissos foram as
relacionadas à obras, como as Secretarias de Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
de Infraestrutura, de Planejamento e Gestão, além de outras com menor volume de
recursos a se administrar, como a pasta da Interiorização, Executiva da
Fazenda, Ideme, e os fundos de esporte e lazer, de industrialização e bens
difusos.
A
dívida acumulada do Estado tem sido a grande dor de cabeça do primeiro ano do
segundo mandato do governador Ricardo Coutinho (PSB). No ano passado, o
Executivo extrapolou meta do Plano de Ajuste Fiscal (PAF) em vários itens.
Apenas com a despesa de pessoal, no mês de dezembro, foi extrapolado mais de
cinco pontos percentuais com o comprometimento de 65,37% da receita corrente
líquida com pagamento da folha, quando o limite máximo é 60%.
PARA
VIRAR O JOGO:
O
governador Ricardo Coutinho editou um decreto para renegociar as dívidas com os
credores que teriam a receber em 2015 mais de R$ 300 mil
Após 30 dias do início dos trabalhos, serão
revisados os contratos inferiores a R$ 300 mil globais
Mesmo que o credores não aceitem as condições,
o Estado pode revisar unilateralmente, pelo princípio do interesse público.
A estimativa do governo é alcançar uma redução
mínima de 15% sobre os valores contratados, inclusive já empenhados e não pagos
pelo governo, a fim de amortizar a dívida do Estado.
JPOnline
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