Governo quer construir 10 mil cisternas no Semiárido em três anos.
Este
ano, mais de 3 mil cisternas serão construídas em escolas públicas do Semiárido
brasileiro a partir de uma tecnologia considerada simples e barata, a cisterna
de placa.
A
aposta neste tipo de investimento começou a ser feita no ano passado, quando
1,7 mil cisternas foram instaladas.
Esses
reservatórios – de forma cilíndrica, cobertos e semienterrados – evitam que, em
períodos de estiagem, típicos da região, as aulas e outras atividades escolares
acabem sendo suspensas em função de desabastecimento.
“O
programa é novo. Vamos concluir 5 mil cisternas este ano, e nossa ideia é
chegar a 10 mil cisternas em três anos, mas acredito que alcançaremos este
número antes”, afirmou, hoje (20), a ministra do Desenvolvimento Social e
Combate à Fome, Tereza Campello, durante apresentação de balanço e desafios das
ações voltadas ao Semiárido.
A
instalação de cisternas em escolas é um tipo de extensão do programa que vem
sendo implantado há 13 anos. Desde 2003, foram construídas 1,2 milhão de
cisternas de placas para garantir o consumo humano da população de baixa renda
do Semiárido.
Os
reservatórios ligados a um sistema de calha que capta água da chuva tem
capacidade de armazenamento de 16 mil litros, o que, segundo técnicos do
ministério, é suficiente para abastecer uma família de cinco pessoas por quase
um ano.
“Agora,
por exemplo, estamos no meio de um período de estiagem que durou cinco anos e
caiu uma chuva inesperada e conseguimos encher as cisternas garantindo que essa
população tenha água potável para beber, para cozinhar, para higiene pessoal
para os próximos oito meses”, explicou, ao lembrar que, em 2015, foram
construídas 125,7 mil cisternas.
Outras
cisternas estão sendo construídas para atender à produção agrícola em pequena
escala no Semiárido. Os reservatórios, neste caso, com capacidade de 52 mil
litros ou mais, são usados para pequenas irrigações e para a criação de
animais.
Nos
últimos quatro anos, agricultores familiares do Semiárido receberam 158 mil
sistemas integrados de cisternas de placas. Apenas em 2015, foram distribuídos
53,5 mil tecnologias que incluem tanto o reservatório quanto o sistema de
captação.
Tereza
Campello ainda destacou que o programa tem ajudado a melhorar indicadores
sociais.
Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto em
2002 88,6% da população tinha acesso à água, em 2013, esse percentual chegou a
94,6% da população.
Os
sistemas foram criados para atender a famílias de baixa renda em área rural que
não têm acesso regular à água, como é o caso do Semiárido, mas está sendo
incorporado também pela região Norte do país.
A
ministra lembrou que mesmo com abundância do recurso, a população de baixa
renda da região tem dificuldade de acessar água potável.
“Falta
água de qualidade para essa comunidade, mesmo que, muitas vezes, sejam pessoas
que moram sob uma palafita dentro dos rios. Estamos usando o programa na região
Norte que tem uma diferença que não tem só a armazenagem de água para consumo,
mas também uma pequena estrutura de saneamento, que é um banheiro e uma pia”,
explicou Tereza Campello.
O
programa na Amazônia ainda está em fase experimental. Até agora, 2,8 mil
famílias de oito reservas extrativistas foram atendidas, e o governo gastou R$
35 milhões instalando as estruturas nos locais.
Agência
Brasil
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