Poderá haver eleições diretas no Brasil em 2017 ou em 2018, afirma TSE.
Corte afirmou que caso o
processo seja julgado até o primeiro semestre de 2018, poderá eleições diretas.
O Tribunal Superior
Eleitoral afirmou, nesta terça-feira (23), que poderá haver eleições diretas
para Presidente em 2017 ou no primeiro semestre de 2018. Isto pode acontecer se
a chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer for
cassada no processo que tramita no órgão.
Diferentemente do que vem
sendo falado, a previsão é de eleições diretas nesse caso. Ao HuffPost Brasil,
o Tribunal Superior Eleitoral afirmou que, caso haja "decisão da Justiça
Eleitoral que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda
do mandato de candidato eleito em pleito majoritário”, serão convocadas novas
eleições no prazo de 20 a 40 dias.
A eleição só será indireta
se o registro for cassado nos últimos seis meses do mandato. Essa regra foi
estabelecida na minirreforma eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional em
2015.
O tribunal destacou,
contudo, que se a cassação do mandato do presidente não ocorrer por decisão da
Justiça Eleitoral, aplica-se o art. 81 da Constituição Federal. Nesse caso,
vale eleição indireta:
“Ocorrendo a vacância nos
últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será
feita 30 dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”,
diz a Carta Magna.
Dúvidas
Embora a regra esteja no
Código Eleitoral e na Constituição, ela gera dúvidas. Líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE) protocolou uma consulta no TSE para saber quem elegerá o
novo presidente, caso a chapa Dilma-Temer seja cassada.
Integrantes do governo
apostam em eleições indiretas, pois acreditam que a Constituição se sobrepõe ao
Código Eleitoral.
Para deixar o texto claro,
o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) apresentou uma proposta de emenda à
Constituição que estabelece eleições diretas no caso de vacância do cargo. Ele
diz que esse é um pleito do povo.
A base governista tem
trabalhado para manter a emenda parada na CCJ. O argumento é de que a proposta
é “inadequada” para o momento. O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) é um dos que chamam
a matéria de “casuísmo”.
Nos bastidores, aqueles
que acreditam que o governo Temer “já acabou” trabalham para emplacar, por
eleições indiretas, nomes como o do ex-ministro Nelson Jobim ou até mesmo do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Lava Jato
A chapa Dilma-Temer é
investigada no Tribunal Superior Eleitoral por possíveis irregularidades na
prestação de contas.
A delação da Odebrecht
pode deixar o presidente Temer em situação ainda mais delicada. Isso porque,
segundo o Estado de S. Paulo, foi relatado que a empreiteira fez uma doação
ilegal de cerca de R$ 30 milhões à coligação reeleita em 2014.
Ciente dos problemas
envolvendo a chapa, Temer pediu em abril ao TSE para separar as
responsabilidades e, automaticamente, desvincular as contas de Dilma Rousseff.
Em setembro, o tribunal informou à Polícia Federal, em um caso relacionado às
contas de 2010, que os dois integrantes da chapa são responsáveis
"solidários" pela prestação do que foi arrecadado e gasto.
Jornal da Paraíba


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