Congresso aprova crédito para auxílio financeiro a municípios.
O Congresso Nacional aprovou
nesta terça-feira (20) projeto de lei que abre crédito de RS 2 bilhões para os
Ministérios da Educação (R$ 600 mil), da Saúde (R$ 1 bilhão) e do
Desenvolvimento Social (R$ 400 mil). O dinheiro deve viabilizar o auxílio
financeiro aos municípios que está previsto na Medida Provisória 815/2017.
A MP autoriza a União a
transferir aos entes federativos que recebem o Fundo de Participação dos
Municípios (FPM) em 2018 recursos destinados à superação de dificuldades
financeiras emergenciais. Pelo texto, a parcela destinada a cada ente federado
será definida pelos mesmos critérios de transferências do FPM e os municípios
deverão aplicar os recursos preferencialmente em saúde e educação.
De acordo com o Planalto,
apenas em 2017, estima-se que os municípios tenham deixado de receber cerca de
R$ 4 bilhões por meio do FPM. Segundo o Ministério da Fazenda, “as
transferências da União, bem como as receitas próprias dos entes federados, vêm
se realizando abaixo das expectativas e das projeções das administrações
municipais desde 2015”.
Na justificativa do projeto
do crédito (PLN 1/2018), o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, ressaltou
que as alterações não afetam a obtenção da meta de resultado primário fixada
para o exercício. O crédito especial previsto no projeto aprovado pelo
Congresso (PLN 1/2018) será viabilizado devido à anulação de dotações
orçamentárias, inclusive de emendas de comissão e de bancadas estaduais, de
execução não obrigatória.
Parte dos recursos no valor
de R$ 271,6 milhões, refere-se à cancelamento de despesas primárias
pertencentes ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Incoerência
Para a senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM), o anúncio do socorro aos municípios foi feito quando o
presidente Michel Temer queria barganhar apoio a projetos de seu interesse no
Congresso. Além disso, explicou a senadora, os recursos vêm de cortes em segmentos
importantes, inclusive na segurança pública, que está em crise no país. Um dos
cortes, segundo Vanessa, foi nos recursos para o monitoramento de fronteiras.
- Ou o governo tem uma
política clara de segurança para as nossas fronteiras, que é por onde entram as
armas ilegais, que é por onde entram as drogas, ou nós não vamos ter avanço
nenhum na segurança pública das grandes cidades. Pois bem: estão sendo
retirados mais de R$ 60 milhões somente da área de vigilância das fronteiras
brasileiras – lamentou a senadora.
Deputados também criticaram
os cortes feitos pelo governo em alguns programas para remanejar os recursos.
De acordo com o deputado Bohn Gass (PT-RS) o projeto tira dinheiro, por
exemplo, do Programa de Aquisição de Alimentos, do saneamento básico, de
serviços ambulatoriais e de programas ligados à educação.
- Para ajudar os municípios
está tirando de outras áreas importantes, fundamentais aos municípios. O
governo tinha a possibilidade de economizar sabe onde? Na propaganda que ele
fez, caríssima, para mentir para o povo brasileiro que essa reforma da
Previdência mexeria em privilégios. Não mexe em privilégios coisa nenhuma! – Criticou.
O deputado André Moura
(PSC-SE) disse que criticar o auxílio é um ato de falta de compromisso. Para
ele, a ajuda financeira é um gesto de sensibilidade do governo, ao compreender
o momento difícil dos municípios.
Questões
Vários deputados
apresentaram questões de ordem, especialmente sobre a falta de apresentação do
relatório para que fosse lido pelos parlamentares antes da votação.
Por sugestão do deputado
Domingos Sávio (PSDB-MG), o presidente do Sendo, Eunício Oliveira, que preside
a Mesa do Congresso, propôs ao relator, senador Pedro Chaves (PSC-MS) que
retirasse uma emenda, em troca do compromisso dos deputados de votar a o texto
original enviado pelo Executivo, já que eles tinham tido acesso a essa versão
antes da sessão.
- Faço um apelo ao relator
indicado por mim pedindo a ele a gentileza de que ajude a pacificar o Brasil,
que está todo a nossa espera. Os prefeitos do Brasil inteiro estão nos
assistindo e esperando que a gente possa dar aos municípios esse pequeno alívio
- disse.
A emenda retirada, de acordo
com o relator, buscava preservar algumas das dotações que seriam canceladas,
especialmente na área de abastecimento de água em municípios com até 50 mil
habitantes.
Agência Senado
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