Jungmann diz que munição que matou Marielle foi roubada da PF na Paraíba.
O ministro extraordinário da
Segurança Pública, Raul Jungmann (foto), confirmou que as munições utilizadas no
assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), na última quarta-feira
(14), foram roubadas de um carregamento da Polícia Federal. Segundo o ministro,
informações que chegaram a ele dão conta de que a munição foi subtraída da sede
dos Correios na Paraíba "anos atrás".
"A Polícia Federal já
abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada. Então eu acredito
que essas cápsulas encontradas na cena do crime foram efetivamente roubadas.
Também tem a ver com a chacina de Osasco, já se sabe”, disse, referindo-se à morte
de 17 pessoas pela Polícia Militar de São Paulo, ocorrida em 2015.
De acordo com Jungmann, o
carregamento das balas foi dividido em três partes: uma parte ficou em
Brasília, a segunda foi roubada dos Correios no estado nordestino e outra,
segundo informações preliminares, teria sido desviada por um escrivão da
Superintendência da PF no Rio de Janeiro.
O ministro disse que a
corporação destacou "o melhor especialista em impressões digitais e
DNA" para avaliar o material das cápsulas encontradas no local onde
Marielle e o motorista do carro em que ela estava foram mortos.
Sem adiantar detalhes das
investigações, ele informou que, além da colaboração da PF na identificação de
quem manuseou as munições, o restante do inquérito sobre o crime está sendo
conduzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Crime
Na última quarta-feira, a
vereadora Marielle Franco (foto), foi executada com quatro tiros na cabeça, quando ia
para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento
ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do
carro, quando criminosos emparelharam um veículo com o carro da vítima e
dispararam nove vezes. O motorista do veículo, Anderson Gomes também morreu.
Uma assessora que também estava no carro sobreviveu ao ataque.
Raul Jungmann conversou com
a imprensa após fazer uma visita à sede da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB). Segundo ele, a intervenção federal na segurança do estado do
Rio, decretada há um mês pelo presidente Michel Temer, "não faz mágica,
mas está no caminho certo".
Ao ser perguntado se o crime
pode abalar a intervenção federal, ele respondeu: “Se esse crime, e isso é uma
hipótese, foi cometido no sentido de confrontar a intervenção, é preciso dizer
duas coisas: se isso está acontecendo é porque intervenção está no caminho
certo. A intervenção está levando exatamente o crime a reagir contra o que vem
dando certo, que está sendo feito e vai continuar sendo feito. Em segundo
lugar, isso não nos abala. É uma tragédia que nós gostaríamos que nunca
acontecesse, mas isso só nos dá mais força e determinação para prosseguir
adiante”, afirmou.
Agência Brasil
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