Gasolina e diesel: Petrobras diz que política de reajuste não muda e reduz preço dos combustíveis.
Após
reunião com governo, presidente da Petrobras diz que política de reajuste dos
combustíveis não muda.
O presidente da Petrobras,
Pedro Parente, afirmou nesta terça-feira (22), após reunião em Brasília com os
ministros da Fazenda, Eduardo Guardia, e de Minas e Energia, Moreira Franco,
que a política de reajustes dos preços de combustíveis da empresa não será
alterada.
Também após a reunião,
Guardia afirmou que é "muito reduzido" o espaço do governo para
redução dos tributos sobe combustíveis.
A política, que prevê
reajustes com maior frequência, inclusive diariamente, refletindo as variações
do petróleo e derivados no mercado internacional e também a oscilação do dólar,
começou a valer em 3 de julho do ano passado.
Em maio, já foram anunciadas
10 altas e 5 quedas no preço do litro do diesel. No caso da gasolina, foram 12
altas, 2 quedas e uma estabilidade.
Os reajustes ocorrem em meio
à disparada no preço do petróleo no mercado internacional e na cotação do dólar
em relação ao real.
Na noite de segunda, o
governo já havia feito, no Palácio do Planalto, uma reunião para tratar do
assunto. Antes do encontro começar, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha,
afirmou que o governo federal buscará "um pouco mais de controle"
para dar "previsibilidade" à alta dos combustíveis.
A mobilização do governo
Michel Temer ocorre em meio a protestos de caminhoneiros contra a alta no valor
do diesel e que, nesta terça, atinge ao menos 18 estados.
Na segunda, a Petrobras
informou que faria novo reajuste nos preços do diesel e da gasolina nas
refinarias a partir desta terça (22). Nesta terça, porém, a estatal anunciou
que reduzirá os preços da gasolina em 2,08% e do diesel em 1,54% nas
refinarias, a partir desta quarta-feira (23).
"Na abertura da
reunião, foi logo esclarecido que, de maneira nenhuma, o objetivo seria o
governo pedir qualquer mudança na politica de preços da Petrobras", disse
Parente.
"É reconhecida que [a
variação no preço dos combustíveis] é uma consequência dos preços
internacionais e do câmbio. Portanto, não houve discussão em relação a política
de preços da Petrobras, que está exatamente como estava antes: sem qualquer
mudança", declarou.
Parente disse que o anúncio
desta terça, de redução no valor do diesel e da gasolina nas refinarias, é
motivado pela queda do dólar no dia anterior e que se deveu à maior intervenção
do Banco Central no câmbio.
"O BC agiu, interviu
com mais intensidade no mercado ontem, houve uma redução do câmbio, e isso foi
refletido no preço de hoje [dos combustíveis]", disse Parente.
"É uma testemunha muito
clara de que isso [política de reajustes da Petrobras] funciona tanto na direção
de subir os preços, refletindo os mercados de câmbio e internacional, quanto
baixar", completou.
Tributação sobre
combustíveis
Questionado se o governo
está considerando a possibilidade de baixar a tributação sobre os combustíveis,
o presidente da Petrobras não quis se manifestar.
"Esses temas que são da
alçada do governo, é o governo quem tem de falar. O governo teve esse cuidado
de não entrar em assuntos da exclusiva alçada da Petrobras, eu não posso entrar
em assuntos que são da alçada do governo", afirmou ele.
O ministro da Fazenda,
Eduardo Guardia, afirmou na semana passada, em entrevista ao G1, que não há
possibilidade neste ano de o governo abrir mão de parte da arrecadação de
impostos para conter a alta de preço dos combustíveis.
"Infelizmente, neste
ano, dada a situação fiscal que todos conhecem, não estamos discutindo nenhuma
possibilidade de redução de impostos", afirmou na ocasião.
Diante das dificuldades para
cumprir a meta de déficit fiscal para 2017, o governo anunciou em julho daquele
ano o aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis (gasolina, diesel e etanol).
Naquele momento, informou que esperava arrecadar cerca de R$ 10 bilhões a mais
no ano passado. A tributação foi elevada ao máximo possível por lei. Para a
gasolina, o impacto foi de cerca de R$ 0,40 por litro.
A decisão final sobre uma
possível redução na tributação dos combustíveis, porém, cabe ao presidente da
República, Michel Temer. Nos últimos dias, vem crescendo a pressão para que o
governo adote alguma medida para reduzir o preço dos combustíveis.
G1
Nenhum comentário