ELEIÇÕES 2018: PT anuncia candidatura de Fernando Haddad à Presidência no lugar de Lula.
O Partido dos Trabalhadores
(PT) anunciou nesta terça-feira (11) que Fernando Haddad concorrerá à
Presidência da República pela legenda no lugar do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que teve o registro de candidatura rejeitado pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
O prazo dado pelo TSE para o
partido definir o substituto de Lula terminava às 19h desta terça-feira. Na
chapa original, Haddad era o vice de Lula. Na nova formação, a candidata à
vice-presidência será Manuela D'Ávila, do PCdoB.
O anúncio foi feito em
Curitiba, onde Lula está preso desde 7 de abril, cumprindo pena de 12 anos e 1
mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da Lava Jato
envolvendo o triplex em Guarujá (SP).
Pela manhã, a executiva
nacional do partido se reuniu em um hotel na capital paranaense. Haddad
participou do encontro e chegou à Superintendência da PF, onde Lula está preso,
às 15h30.
Prazo
Os ministros do TSE
rejeitaram a candidatura Lula em 1º de setembro, e deram 10 dias para o PT
substituir o candidato. O prazo que terminava nesta terça às 19h.
Na segunda (10), a defesa do
ex-presidente havia recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ampliar o
prazo até 17 de setembro. O recurso, entretanto, não chegou a ser analisado até
esta terça, e o partido acabou decidindo por anunciar a substituição de Lula
por Haddad.
Os advogados tinham feito o
mesmo pedido ao TSE, que foi rejeitado pela presidente do tribunal, ministra
Rosa Weber.
Caso o partido não
apresentasse o substituto na chapa, de acordo com entendimento da Justiça
Eleitoral, ficaria de fora da corrida presidencial, e o tempo de propaganda na
TV seria redistribuído entre os demais partidos.
Ficha limpa
No julgamento de 1º de
setembro, os ministros do TSE decidiram – por 6 votos a 1 – rejeitar o registro
da candidatura de Lula à Presidência. Eles consideraram o petista inelegível
com base na Lei da Ficha Limpa.
Na ocasião, os ministros
também decidiram que, até a substituição de Lula, o PT poderia continuar
fazendo propaganda eleitoral, mas sem a participação dele como candidato.
Lula foi condenado em
segunda instância em janeiro deste ano em julgamento da 8ª Turma do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O ex-presidente afirma ser inocente.
Mesmo com Lula preso, o PT
confirmou o ex-presidente como candidato ao Planalto em 4 de agosto. Haddad foi
apresentado como vice, e um acordo com o PCdoB permitia a entrada de Manuela D’Ávila
na chapa.
Em nota divulgada no site do
ex-presidente na época, foi informado que Haddad seria o porta-voz de Lula até
o trâmite final da homologação da candidatura dele na Justiça Eleitoral.
Em meados de agosto, o
Comitê de Direitos Humanos da ONU solicitou que o Brasil garantisse os direitos
políticos de Lula na prisão e que não o impedisse de concorrer na eleição de
outubro até que todos os recursos da condenação dele sejam contemplados.
O PT foi o último partido a
registrar candidatura à Presidência. O registro da candidatura de Lula foi
publicado no “Diário da Justiça Eletrônico” em 17 de agosto.
Ao todo, 13 candidatos
concorrerão ao Palácio do Planalto neste ano. O primeiro turno está marcado
para 7 de outubro e o segundo, para o dia 27.
Perfil de Haddad
Filho de comerciantes do Bom
Retiro, na região central de São Paulo, aos 18 anos Haddad entrou para a
faculdade de direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São
Francisco. Formou-se bacharel em 1985.
Também pela USP, tornou-se mestre
em Economia com especialização em economia política, em 1990, e doutor em
Filosofia em 1996.
Foi professor de Teoria
Política Contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP, analista de investimento do
Unibanco e consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em 2001, assumiu a chefia de
gabinete da secretaria municipal de Finanças de São Paulo na gestão da prefeita
Marta Suplicy. Dois anos depois, se tornou assessor especial do ministro do
Planejamento, Guido Mantega. Depois, foi secretário Executivo do Ministério da
Educação e se tornou ministro da pasta durante a gestão Lula.
Em 2012, deixou o cargo para
disputar as eleições municipais de São Paulo. Foi prefeito da capital paulista
de 2012 a 2016, e candidato do PT à reeleição, mas perdeu para o tucano João Doria.
G1
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