Bolsonaro diz que vetaria reajuste do STF se já fosse o presidente.
O presidente eleito Jair
Bolsonaro disse neste sábado (10) que, se já estivesse no cargo, vetaria a
proposta de aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Não tem outro caminho no
meu entender, até pela questão de dar exemplo…Eu falei antes da votação que é
inoportuno, o momento não é esse para discutir esse assunto”, afirmou ele em
entrevista à emissora Record sobre a primeira semana dos trabalhos para
transição de governo.
Na quarta-feira, os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovaram o encaminhamento de uma
proposta de reajuste de 16,38% de seus salários ao Ministério do Planejamento,
como parte do Orçamento 2019 da corte.
A matéria, que agora foi
para sanção presidencial, implicará em um gasto adicional total de 5,3 bilhões
de reais em 2019, devido ao reajuste em cascata dos salários em decorrência do
aumento para os ministros do Supremo, conforme cálculos das consultorias de
Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado.
“Se eu fosse o presidente,
eu procuraria o presidente do Senado para que o projeto não entrasse em pauta.
Já que entrou em pauta, se o governo Temer quiser, pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, ele pode vetar esse reajuste, que afinal de contas é da classe que mais
ganha no Brasil”, disse Bolsonaro.
Na avaliação dele, o
reajuste dos ministros dificulta as articulações para conduzir a tão aguardada
reforma da Previdência no país. “Complica para a gente quando você fala em
fazer reforma da previdência, quando você vai tirar alguma coisa dos mais
pobres, aceitar um reajuste como esse”, acrescentou.
Bolsonaro ressaltou que sua
equipe não considera reformar a Previdência da forma proposta pelo governo
Temer. Ele contou ainda que está analisando um pacote de medidas em tramitação
no Congresso.
Questionado se alguma delas
seria levada adiante pelo seu governo, o presidente eleito respondeu: “Se
bancarmos propostas dessas e formos derrotados abre espaço para velha política
vir para cima de nós… Não posso correr esse risco, tenho que começar o ano que
vem com nossas propostas e tentar convencer deputados e senadores a votar de
forma paulatina”, afirmou.
Por Reuters
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