Em carta a Bolsonaro, governadores do Nordeste pregam diálogo nacional.
Reunidos em Brasília nesta quarta-feira
(21), os governadores eleitos e reeleitos dos nove estados do Nordeste
aprovaram uma carta ao presidente eleito Jair Bolsonaro, com seis temas
prioritários da região, e um pedido de audiência. No documento, o Fórum de
Governadores do Nordeste, formado basicamente por oposicionistas, promete lutar
“por bons destinos” para o Brasil e coloca-se “à disposição para o diálogo e o
entendimento nacional”.
Além de assuntos já tratados
na reunião da semana passada, os governadores nordestinos acrescentaram o Mais
Médicos, defendendo “a imediata recomposição e ampliação” do programa. No sexto
ponto da carta, os governadores abordam a “preocupação com o vazio assistencial
que pode se produzir nos municípios, com a diminuição do contingente de profissionais
do Programa Mais Médicos”. O anfitrião do encontro, governador reeleito do
Ceará, Camilo Santana (PT), disse que o programa leva médicos a lugares onde
não havia atendimento no país.
O primeiro item da pauta é a
“retomada urgente de obras federais no Nordeste”. Para o Fórum de Governadores
do Nordeste, essa medida vai permitir a recuperação do crescimento econômico na
região e a geração de empregos. Os governadores destacaram obras rodoviárias,
de segurança hídrica e habitacionais.
Segurança
Para os governadores do
Nordeste, o combate à violência no país se dará a partir de um Pacto Nacional
pela Segurança Pública, coordenado pelo governo federal, com “ações concretas”
de combate à criminalidade interestadual, incluindo atuação de facções criminosas,
assaltos a bancos, tráfico de armas e explosivos. “É preciso que o Sistema
Único de Segurança Pública passe a funcionar, e o governo federal se integre
com os estados. A violência é um problema de todo o país”, argumentou Santana.
Os governadores propõem a
discussão da reforma tributária para equilibrar a distribuição de recursos
entre os entes federados. Segundo avaliação feita na reunião, o pacto
federativo está desequilibrado, com o aumento de obrigações para os estados e
os municípios e uma constante redução dos repasses dos fundos de participação
dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM). Segundo eles, um dos caminhos para
melhorar a arrecadação pública seria “a tributação de bancos e de rendas do
capital”.
O governador reeleito da
Bahia, Rui Costa (PT), disse que é preciso avaliar a classificação das
receitas, pois os repasses para os estados e municípios têm caído. “Como está
havendo excesso de arrecadação na União se as transferências para estados e
municípios só cai? Vamos pedir a mediação dos tribunais de contas. Se houver
erros, é preciso corrigir”, argumentou.
Educação
O Fórum de Governadores do
Nordeste defende ainda a prorrogação do Fundo de Desenvolvimento do Ensino
Básico (Fundeb), que se encerra em 2020 e define o apoio do governo federal às
ações de educação nos estados e municípios. Para os governadores, além da
prorrogação, é preciso ampliar a participação da União no financiamento da
educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio).
Por fim, os governadores
pedem o desbloqueio das operações de créditos dos estados, “para viabilização
de investimentos e pagamentos de precatórios judiciais”.
Além de Santana e Costa,
participaram do encontro os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias
(PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Flávio Dino (PCdoB-MA), o vice-governador
de Alagoas, Luciano Barbosa (MDB), os eleitos João Azevêdo (PSB-PB) e Fátima
Bezerra (PT-RN) e a vice-governadora eleita de Pernambuco, Luciana Santos
(PCdoB). Na primeira fase da reunião, que aconteceu na sede da representação do
Ceará em Brasília, os governadores receberam o presidente do Congresso, senador
Eunício Oliveira (MDB-CE).
Agência Brasil
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