Após cassações, seis novos vereadores são empossados na Câmara Municipal de Santa Cruz, RN.
Seis suplentes foram
empossados vereadores na Câmara Municipal de Santa Cruz, região Agreste
potiguar, na manhã desta quarta-feira (5). O ato aconteceu depois que seis
parlamentares, incluindo o então presidente do Legislativo tiveram os mandatos
cassados pela Justiça Eleitoral. A prefeita e o vice-prefeito do município
também perderam os cargos. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral foi
confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A nomeação imediata dos
suplentes foi determinada pelo Juiz Solano Batista de Morais, da Vara Cível de
Santa Cruz. Na decisão, o magistrado considerou que o vereador Gean Paraibano,
que era vice-presidente do Legislativo e acabou assumindo interinamente a presidência
da Casa e a Prefeitura, estava dificultando a posse dos suplentes para obstruir
a escolha do novo presidente do Legislativo.
Assumiram os cargos: Marco
Celito da Costa, Renato Cézar de Medeiros, Fábio Rodrigues Dias, Tarcísio Félix
do Santos, Manoel Edmilson da Silva e Jackson Renê Gomes de Assunção.
Com a posse dos novos
vereadores, está prevista para a próxima terça-feira (11) a eleição da mesa
diretora da Câmara Municipal. Quem for eleito presidente, vai assumir
interinamente o cargo de prefeito de Santa Cruz, até a Justiça realizar uma
eleição suplementar.
Enquanto a eleição da mesa
não acontece, Gean Paraibano continua ocupando a presidência da Câmara e a
Prefeitura.
Cassação
No último dia 27 de
novembro, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou a prefeita Fernanda da
Costa Bezerra (MDB) o vice-prefeito Ivanildo Ferreira Lima Filho (PSB), além de
seis vereadores: Ana Fabrícia de Araújo Silva Rodrigues de Souza, a Aninha de
Cleide; Jefferson Monik Gonçalo Lima de Melo; Mário Augusto Ferreira de Farias
Guedes; Raimundo Fernandes Soares; Tarcísio Reinaldo da Silva; e Thiago Augusto
Fonseca Gomes, o Dr Thiago.
Eles foram acusados de
prática de abuso de poder político com repercussão econômica nas eleições de
2016. Eles recorreram, mas a condenação foi mantida pelo TSE.
Segundo o Ministério Público
Eleitoral, as irregularidades cometidas foram distribuições de “cotas” mensais
aos aliados da prefeita para aquisição de medicamentos com recursos públicos.
As ações foram alvo de uma ação de investigação judicial do MP Eleitoral e
ocorreram durante o primeiro mandato da prefeita, intensificando-se, segundo os
procuradores, nas vésperas das eleições de 2016.
O MP alegou que ela fazia
uso do contrato firmado pelo Município com uma farmácia para conceder vantagens
a vereadores da base governista, aos quais se juntaram outros aliados políticos
com a proximidade das eleições.
O esquema
De acordo com as
investigações, cada um dos beneficiados tinha um limite mensal fixo de compras
de medicamentos denominado “cotas”. A dos vereadores era de R$ 900, enquanto
para os demais aliados foram fixados diferentes tetos de compra. O controle era
feito pela drogaria em cadernos específicos para cada “cliente”, nos quais eram
anotados à mão os respectivos consumos, com descrição de
data/medicamente/valor.
Se a cota não fosse usada
dentro do mês, era repassada para o mês seguinte e o limite foi extrapolado nas
proximidades das eleições. “Vê-se, à toda evidência, que o aumento
significativo dos valores pagos à farmácia, tanto em nível global quanto
individual (vereadores), justamente nos meses que antecedem a eleição revela
que as condutas em apuração ostentam nítido desiderato de influenciar no pleito
eleitoral que, à época, se avizinhava”, concluiu o juiz Wlademir Capistrano,
relator do processo no TRE/RN.
A decisão do Tribunal
Regional – que seguiu parecer do MP Eleitoral - decretou, além da cassação dos
diplomas e do afastamento dos cargos, a inelegibilidade dos condenados por um
período de oito anos. Outros seis envolvidos foram condenados à inelegibilidade
por igual período, Francisca Frassinete Dantas Gomes e Marcos Antônio Gomes dos
Santos (proprietários da farmácia); Myllena Sanneza de Lima Bulhões Ferreira
(secretária de saúde); Sueli Gomes Crisanto Reinaldo (secretária de Finanças);
Acrísio Gomes Júnior (ex-vereador e pai do atual vereador Thiago Fonseca); e
Genaro Fernandes da Silva Filho.
G1
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