Mais de R$ 4,2 bilhões, do 1% do FPM de dezembro, entra nas contas nesta sexta-feira. Veja estimativa:
O resultado da atuação da
Confederação Nacional de Municípios (CNM) e do movimento municipalista deve ser
lembrado e comemorado também neste final de ano. E uma das grandes conquistas é
o repasse de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de dezembro que
entra nas contas das prefeituras na sexta-feira, 7 de dezembro. Fruto de uma
importante conquista municipalista, a CNM calcula a partilha de R$ 4.214
bilhões entre os Entes municipais, com base nos dados do 4º relatório de
avaliação fiscal do governo.
A estimativa foi divulgada
pela entidade, no início de outubro, e representa um aumento de 8,7% em
comparação com 2017. Segundo o presidente da Confederação, Glademir Aroldi, os
recursos vão ajudar os gestores a pagarem o 13º de seus funcionários e a fechar
as contas neste final de ano, mas não resolverão os problemas financeiros de
muitos Municípios. “Esse repasse é resultado de muito esforço e do trabalho
intenso de mobilizações, com a participação de milhares de municipalistas”,
lembra o líder municipalista.
Para chegar a uma estimativa
de repasse, a CNM considerou a arrecadação federal prevista em R$ 412.051
bilhões de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda
(IR). “Se o ano fechar com total de R$ 100,9 bilhões em repasse de FPM, incluindo
o valor do 1% de dezembro, o montante será 6% maior que o de 2017, segundo
previsões da entidade municipalista. Para o ano que vem, o governo prevê FPM
total de R$ 109,4 bilhões e crescimento nominal de 8,4%.
De acordo a estimativa da
CNM, sobre o 1% adicional não incide retenção do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação (Fundeb). No entanto, por se tratar de uma transferência
constitucional e por incorporar a Receita Corrente Líquida (RCL) do Município,
os limites constitucionais de investimento em saúde e educação devem ser
observados.
Vale lembrar que a
reivindicação desse 1% constava na pauta prioritária, desde 2003, e foi
viabilizado por meio da Emenda Constitucional (EC) 55/2007. Ela se tornou o
grande marco da X Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, representou a
força do municipalismo e elevou o FPM de 22,5% para 23,5%. Quem conhece um
pouco do tramite para aprovação de EC, que requer quórum quase máximo de
votação em cada uma das Casas legislativas, em dois turnos; e quem fez parte
dessa grande conquista sabe o que esse repasse significa. Só para se ter uma
ideia: a matéria foi enviada à Câmara dos Deputados, em 2003, e tramitou por
quatro anos na Casa.
“A luta pelo aumento do FPM
foi embasada em estudos minuciosos da CNM e na comprovação de que os Municípios
receberam muitas responsabilidades ao longo dos anos sem os devidos recursos
para custeio”, lembra Aroldi. A reivindicação inicial da CNM foi aumentar o FPM
em 5%, como politicamente não era viável, entidade tem buscado aumentos
gradativos. Depois do 1% de dezembro, o movimento municipalista conquistou o 1%
de julho e tem atuado no Congresso Nacional para garantir mais um repasse
adicional de 1% em setembro.
Da Agência CNM de Notícias
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