Deputados propõem criação de Frente Parlamentar para discutir Reforma da Previdência na ALPB.
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Deputados: Buba Germano, Cida Ramos e Jeová Campos (Foto: Keice Victor) |
A Assembleia Legislativa da
Paraíba (ALPB) debateu, na sessão ordinária desta quinta-feira (21), a proposta
da Reforma da Previdência Social apresentado ao Congresso Nacional pelo
presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Na avaliação dos deputados, a
proposta, caso seja aprovado o seu texto original, poderá prejudicar os mais
pobres. Também foi proposta a criação de uma Frente Parlamentar para debater o
tema na Casa.
O texto da reforma da
Previdência foi entregue ao Congresso Nacional pelo presidente Jair Bolsonaro
nessa quarta-feira (20). Para que as regras sejam implantadas, a proposta
precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara Federal e no Senado. Na avaliação
do deputado Buba Germano, a reforma é extremamente necessária, no entanto,
existe também a necessidade de punir aqueles que sonegam à Previdência.
Buba defendeu que a proposta
apresente medidas para cobrar daqueles que, segundo ele, deixam de repassar
recursos à Previdência, decretam falência, mas que continuam com grandes
patrimônios. “Há histórias de empresas que faliram, mas que os donos das
empresas continuam ricos, ou seja, quebram a empresa, decretam falência, e não
se vai atrás do patrimônio de quem era o empresário”, afirmou Buba.
O deputado acrescentou ainda
que o Governo Federal, antes de apresentar uma proposta que transfere a
responsabilidade para a população, faça a sua parte. “Primeiro o governo tem
que fazer o seu dever de casa, acabar com a corrupção, os desvios e os
benefícios, que são muitos”, explicou.
O deputado Jeová Campos
(PSB), por sua vez, criticou duramente a proposta da Reforma da Previdência por
trazer em seu conteúdo o termo ‘miserável’, ao se referir aos menos favorecidos
economicamente. “Que projeto para ajudar pobre é esse que um idoso para ter
direito a receber um benefício de prestação continuada terá que ser miserável?
Não basta ele ser um ser humano desprotegido de condições econômicas? Ele tem
que ser miserável?”, questionou o parlamentar.
Jeová concluiu que o texto
não vem para por fim a privilégios. “É uma reforma contra servidores públicos
e, fundamentalmente, é a reforma dos banqueiros, a reforma da ânsia e da
ganância dos poderosos que querem que as pessoas sejam miseráveis para morrerem
antes dos 70 anos”, afirmou.
Durante as discussões, a
deputada Cida Ramos propôs a instalação de uma Frente Parlamentar na Assembleia
para debater a seguridade social, com o objetivo de convidar especialistas,
deputados estaduais e federais, representantes da sociedade civil e sindicatos
para debater o tema. A parlamentar demonstrou insatisfação diante do que foi
proposto para a reforma da Previdência Social.
“A primeira coisa que me
causou uma tristeza enorme foi saber que na reforma da Previdência o primeiro
ataque veio à proteção social, à assistência social, no tripé saúde,
Previdência e assistência. Nossos idosos foram os primeiros a serem atingidos
por esta reforma”, lamentou Cida.
Segundo ela, idosos que
atualmente têm direito ao benefício no valor de um salário mínimo passariam a
receber apenas o valor de R$ 400. “Nós vamos ter uma reforma que vai penalizar
ainda mais os mais pobres. Uma reforma e um texto que não deixam claro como o
governo vai, em que tempo e de que forma, cobrar das grandes empresas que
sonegam hoje à Previdência e que causam o verdadeiro rombo”, argumentou a
deputada.
ALPB
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