Amigo de um dos suspeitos de matar Marielle é preso com armas em casa.
Além dos dois suspeitos de
matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, há quase um ano
no centro do Rio, um homem identificado como Alexandre Motta está detido na
Delegacia de Homicídios. Ele foi preso em flagrante na Operação Lume,
deflagrada nesta terça-feira (12), após terem sido encontradas em sua casa
caixas com grande quantidade de armamento, incluindo peças para montar 117
fuzis do tipo M-16.
O advogado Leonardo da Luz,
responsável pela defesa de Alexandre, disse que este não sabia o que havia
dentro das caixas, que teriam sido mantidas lacradas. "Ele é amigo do
[Ronnie] Lessa há anos e apenas lhe fez o favor de armazenar essa encomenda em
seu apartamento. Ele não sabia do que se tratava. E foi uma surpresa para ele
ver o que se encontrava dentro das caixas. Ele não tem nada a ver com esse
episódio lamentável envolvendo a vereadora."
O policial militar reformado
Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, que foi expulso
da corporação, foram presos preventivamente na Operação Lume. Eles foram
apontados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ)
como participantes do assassinato de Marielle e Anderson. Lessa foi acusado de
ser autor dos disparos e Élcio, de conduzir o veículo de onde partiram os tiros
que atingiram a vereadora e o motorista.
A operação em que Lessa e
Élcio foram presos ocorreu dois dias antes de o crime completar um ano. Além
dos dois mandados de prisão, foram cumpridas 32 ordens de busca e apreensão,
uma das quais no imóvel de Alexandre, na zona norte do Rio. "Ele me
abraçou e chorou. Está impressionado e não sabe o que está fazendo aqui. De
repente, ele está se vendo no meio dessa turbulência", disse o advogado.
Segundo Leonardo da Luz,
Alexandre confiava em Lessa devido à relação de amizade entre ambos. "O
Alexandre cuida do irmão dele [Lessa]. No caso, Alexandre tem a guarda do irmão
dele, que tem uma deficiência mental infantil. Inclusive é pensionista do
Estado", acrescentou.
Como a prisão foi em flagrante,
Alexandre deve ser ouvido em 24 horas em uma audiência de custódia, onde o juiz
avaliará se há necessidade de mantê-lo detido. A defesa vai pedir sua soltura,
alegando que ele não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e está
trabalhando.
No caso de Lessa e Élcio,
ainda não há informação sobre uma possível transferência para alguma unidade
penitenciária. Segundo a defesa dos dois, eles dormem nesta terça-feira na
Delegacia de Homicídios. De acordo com os advogados, o delegado deverá colher os
depoimentos amanhã (13). Os advogados negam que os clientes tenham se recusado
a falar e afirmam que ainda não tiveram acesso à denúncia do Ministério Público
do Rio de Janeiro e ao registro de ocorrência das prisões.
Por Léo Rodrigues - Repórter
da Agência Brasil
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