Empresário Roberto Santiago é preso na terceira fase da 'Xeque-Mate', na Paraíba.
O empresário Roberto
Santiago foi preso no início da manhã desta sexta-feira (22), no bairro do
Bessa, em João Pessoa, em um cumprimento de mandado de prisão preventiva, pela
terceira fase da Operação Xeque-Mate. Ele é acusado de participar do esquema de
corrupção e fraudes licitatórias no município de Cabedelo, Região Metropolitana
de João Pessoa. Ele foi encaminhado para sede da Acadepol, onde vai passar por
exame de corpo de delito. Em seguida, será encaminhado para a Polícia Federal.
O advogado de Roberto
Santiago, Marcos Pires, disse no início da manhã desta sexta que ainda não sabe
o que está acontecendo e vai se inteirar do que esclarece o mandado.
Roberto Santiago foi
apontado em depoimentos, durante as investigações, como o responsável pelos
pagamentos que resultaram na compra do mandato do ex-prefeito Luceninha, em
Cabedelo. O gestor renunciou ao cargo, em 2013, abrindo caminho para o agora
também ex-prefeito Leto Viana (PRP) assumir o cargo de prefeito, que era o vice
de Luceninha.
Outros 11 mandados de busca
e apreensão nas residências dos investigados também estão sendo cumpridos pela
Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado
(Gaeco) em residências dos investigados, na Paraíba e no Rio Grande do Norte.
Os mandados foram expedidas pela 1ª Vara Criminal da Justiça Estadual de
Cabedelo. Também foram sequestrados 20 imóveis dos investigados, avaliados em
mais de R$ 6 milhões.
O objetivo da terceira fase
da operação é desarticular o esquema de corrupção e fraudes licitatórias
referentes aos contratos de manejo de coleta de lixo da Prefeitura de Cabedelo.
Os contratos investigados superam a quantia de R$ 42 milhões. A operação contou
com a participação de 65 policiais federais.
Os investigados devem responder
pelos crimes de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro,
corrupção ativa e fraude licitatória.
Operação Xeque-Mate
A operação Xeque-Mate tem o
objetivo de desarticular um esquema de corrupção na administração pública de
Cabedelo, na Grande João Pessoa, mais precisamente na Câmara Municipal e na
Prefeitura. A ação foi coordenada pela Polícia Federal, em conjunto com o Grupo
de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da
Paraíba. A operação foi desencadeada a partir de uma colaboração premiada do
ex-presidente da Câmara de Cabedelo, Lucas Santino. A operação também investiga
a compra do mandato de Luceninha (PMPB), permitindo que o então vice-prefeito,
Leto Viana (PRB), assumisse o cargo.
Primeira fase
Durante a primeira fase da
operação "Xeque-Mate", a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de
prisão preventiva, 15 sequestros de imóveis e 36 de mandados busca e apreensão
expedidos pelo Tribunal de Justiça da Paraíba, no dia 3 de abril.
Além dos mandados, a Justiça
decretou o afastamento cautelar do cargo de 85 servidores públicos, incluindo o
prefeito e o vice-prefeito de Cabedelo, e o presidente da Câmara Municipal.
Todos os 11 alvos de mandados de prisão foram detidos.
Segunda fase
Na segunda fase, quatro
mandados de busca e apreensão foram cumpridos em João Pessoa e Cabedelo, no dia
19 de julho. De acordo com a Polícia Federal, também foram realizados o
sequestro de aplicações e ativos financeiros no valor de mais de R$ 3 milhões.
Nesta etapa da operação, sete pessoas foram denunciadas.
Empresários envolvidos no
esquema
Segundo a Polícia Federal,
há indícios de que houve a compra de vereadores de Cabedelo para impedir a
construção do shopping Pátio Intermares. Na primeira fase, a PF informou que
existe um forte indício de que Leto Viana tenha comprado seu mandato em 2013
com a ajuda do empresário Roberto Santiago.
Segundo o delegado Fabiano
Emídio Lucena, o então prefeito eleito, Luceninha (PMDB) havia recebido uma
quantia que pode ter variado entre R$ 2 milhões a R$ 5 milhões para renunciar
do seu mandato e permitir que seu então vice-prefeito, Leto Viana, assumisse o
poder.
Por G1 PB
Nenhum comentário