Projeto Florescer Mulheres objetiva romper o ciclo da violência doméstica.
Foto: Reprodução |
O Ministério Público da
Paraíba está iniciando a execução do Projeto Florescer Mulheres, que tem por
objetivo a execução de grupos operativos com vítimas de violência doméstica. E
a forma mais comum é perpetrada por parceiros íntimos, que, muitas vezes, não
são denunciados, por motivos como: as mulheres não reconhecem a situação de
violência, têm vergonha e chegam a sentir culpa pelas agressões sofridas. É
nesse contexto que a iniciativa vai atuar, se propondo a auxiliar a mulher a
romper o ciclo da violência e modificar a realidade vivenciada.
O Projeto Florescer Mulheres
é resultante de parceria entre o MPPB – com a participação das promotoras de
Justiça Elaine Alencar, coordenadora do Centro de Apoio Operacional, e
Dulcerita Alves, auxiliar da Promotoria da Mulher da Capital – e o Centro
Universitário de João Pessoa (Unipê), por meio da professora do curso de
Psicologia, Leda Maia.
De acordo com Elaine
Alencar, o trabalho se apresenta mediante a abordagem que favorece o
fortalecimento da autoestima por parte da mulher que sofre violência. Além
disso, contempla o restabelecimento do direito à convivência familiar e
comunitária em condições dignas e a identificação e desenvolvimento do
potencial para superação e redução de danos sofridos pelo sujeito, a fim de
proporcionar a transformação das condições subjetivas que geram, mantêm ou
facilitam a ocorrência da violência.
“A ideia nasceu a partir da
experiência com os grupos reflexivos de homens, quando percebeu-se a
necessidade de ações que alcancem concreta e individualmente a mulher que
sofreu a violência. Além disso, pensamos que pode ser mais uma porta de entrada
à mulher violentada no sistema de proteção, pois ainda hoje é grande o número
de vítimas que deixa de procurar os serviços que estão disponíveis para o
acolhimento e acompanhamento da mulher que sofreu violência no âmbito doméstico
ou familiar. Nossa pretensão é levar a execução do Projeto Florescer Mulheres
para todas as Promotorias do Estado”, explicou a coordenadora do CAO, Elaine
Alencar.
“As mulheres em situação de
violência muitas vezes ficam anos e até toda uma vida envoltas no ciclo da
violência sem ter conhecimento desse fenômeno. O Projeto Florescer vem
contribuir para que as vítimas dos processos que tramitam no Juizado da
Violência Doméstica e Familiar tomem consciência da existência desse ciclo e
consigam, com a participação das oficinas operativas, resgatarem a sua
subjetividade e se tornarem protagonistas da sua própria história”, acrescentou
a promotora Dulcerita Alves.
A técnica de grupo operativo
tem como foco possibilitar o desenvolvimento de um processo de aprendizagem
para os que participam do grupo. A aprendizagem em grupo permite enxergar de
forma crítica a realidade em volta, promovendo inquietações que levam a ações
transformadoras. As atividades do projeto tiveram início no dia 28 de março, em
razão da representação que tem o mês de março para as atividades em defesa dos
direitos da mulher, e fez parte das ações realizadas pelo CAO da Cidadania e
Direitos Fundamentais no referido período.
Ascom
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