Paraíba tem aumento de 20% dos casos de dengue e infectologista alerta: doença pode atingir a mesma pessoa até quatro vezes
De primeiro de janeiro ao
dia 20 de abril desse ano a Paraíba registrou 2.981 casos prováveis de dengue,
um aumento de 20% se comparado a mesma época de 2018, em que foram registrados
2.483 casos. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (2), pela Secretaria
de Estado da Saúde da Paraíba, e trazem à tona um importante alerta, segundo o
infectologista do Hapvida em João Pessoa, Fernando Chagas: a mesma pessoa pode
contrair a doença até quatro vezes.
Além disso, o especialista
chama atenção para o risco do aumento da gravidade da doença nos casos
subsequentes. “O grande perigo é que da segunda vez é possível evoluir para uma
dengue mais grave. A forma mais comum é a dengue simples, mas é comum evolui
para o caso grave”, explica."
A dengue é uma patologia
causada por um vírus simples, que possui 10 proteínas em sua formação. Porém,
as consequências que podem ser grandes. Chagas comenta que quando o vírus está
no organismo humano provoca muitos processos inflamatórios, que causam a
dilatação dos vasos sanguíneos e provocam a saída de líquido. “Isso pode levar
a pressão arterial a uma queda que pode levar o indivíduo a morte”, alerta.
Causada pelo mosquito do
Aedes Aegypti, os sintomas iniciais da doença são febre alta e dores musculares
muito intensas, podendo variar de pessoa para pessoa. Após três dias, em alguns
indivíduos surgem as manchas vermelhas.
Tipos de dengue – O
infectologista explica que existem quatro tipos de dengue – DEN1, DEN2, DEN3 e
DEN4 – e ressalta: “Diante disso, um mesmo indivíduo pode contrair a doença até
quatro vezes. O grande perigo é que da segunda vez é possível evoluir para uma
dengue mais grave. A forma mais comum é a dengue simples e a minoria evolui
para o caso grave”, explicou.
Nesta atual epidemia, os
casos mais registrados são da forma grave da doença, por isso, ele ressalta que
é importante estar atento aos sintomas para que um diagnóstico seja realizado
precocemente. Fernando Chagas esclarece que esse diagnóstico se dá de forma
clínica, ou seja, por meio dos sintomas ou por meio de exames, neste caso,
existem dois, são eles: O NS1, que é uma espécie de teste rápido, o outro é a
sorologia para dengue, que é o mais fidedigno. Neste último caso, o
especialista lembra que “só se torna positivo para doença a partir do sexto ou
sétimo dia”.
O infectologista ainda
alerta que “é preciso observar a pessoa com dengue a partir do quinto dia, pois
pode evoluir para um caso grave da patologia. Por isso, não é permitido o uso
de anti-inflamatório ou qualquer substância com AAS. Outra coisa, é preciso
saber quais são os sinais de alerta, que são, dores no abdômen, sangramento
(excessivo ao escovar os dentes) e o quadro persistente, no qual não há uma
melhora do quadro clínico”, finaliza.
Tratamento – O médico lembra
que não há um tratamento específico para dengue, mas sim, para os sintomas. “A
hidratação é o mais importante deles, pois, a inflamação faz com que o líquido
dos vasos sanguíneo extravase para o resto do corpo, saindo o líquido a pressão
baixa, então para evitar que isso ocorra o melhor tratamento é a hidratação por
meio da ingestão de muito líquido”, explica o médico.
Contudo, Fernando Chagas
ressalta que é possível se prevenir contra o vetor da doença, ou seja, contra o
mosquito. “É preciso usar roupas longas e repelentes que possuam a substância
DEET. É de suma importância também proteger a pessoa com a doença para evitar
que essa pessoa, por meio, do mosquito transmita a doença. Outra medida de
prevenção é o uso de mosqueteiros e telas protetoras nas janelas”, orienta.
Assessoria de Imprensa
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