MPF ajuíza sétima denúncia da Operação Recidiva. O denunciado é o ex-prefeito de Barra de Santa Rosa (PB).
Ex-prefeito de município da
PB e empresário são acusados de tráfico de influência envolvendo obra de escola.
O Ministério Público Federal
(MPF) ajuizou a sétima denúncia no âmbito da Operação
Recidiva, sendo seis – incluindo a atual – feitas pelo órgão em Patos (PB)
e uma ajuizada pela Procuradoria Regional da República na 5ª Região, em Recife
(PE). Na sétima denúncia, o ex-prefeito de Barra de Santa Rosa (PB), Alberto
Nepomuceno, que é pai do atual prefeito, e o empresário Madson Fernandes
Lustosa são acusados de tráfico de influência envolvendo obra de escola naquele
município, localizado no Curimataú paraibano. Madson já foi condenado em outras
ações da Recidiva e as penas já ultrapassam os 52 anos de detenção e reclusão.
Atualmente ele está preso, cumprindo dois mandados de prisão preventiva, no
presídio de Patos.
Segundo o MPF, o crime
descrito na sétima denúncia ocorreu, principalmente, quando do pagamento da
segunda medição da obra em escola pública, padrão do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE), com 12 salas, objeto da Concorrência nº
01/2017.
“Alberto Nepomuceno mandou
mensagem via aplicativo WhatsApp para Madson Lustosa com conta bancária para
depósito em nome de Judivaldo F. Oliveira. Quando interrogados, os denunciados
não souberam explicar quem seria essa pessoa e porque seus dados bancários
teriam sido usados”, relata o procurador do MPF na ação. Em 22 de agosto de
2018, a Prefeitura de Barra de Santa Rosa empenhou e pagou a construtora Melf,
de propriedade de Madson, cerca de R$ 59 mil, menos os encargos que foram
retidos pela contratante.
Ainda segundo a ação penal,
interceptação de comunicações telefônicas indica que Madson pagou a Alberto (e
a pessoas por ele indicadas) montantes para obter acesso facilitado aos
trâmites burocráticos da prefeitura, notadamente junto à fiscalização de
engenharia e pagamento das medições pela tesouraria. A Melf executava a obra da
escola, no valor de R$ 3.402.896,79, quando da deflagração da Operação
Recidiva.
Prefeito de fato – De acordo
com o MPF, Alberto Nepomuceno, prefeito de Barra de Santa Rosa por três
mandatos (1981 a 1982, 1993 a 1996 e 2000 a 2004), embora não possua atualmente
nenhum vínculo formal com a prefeitura, atua como se fosse o “prefeito de
fato”, prestígio mantido pelo fato de ser pai do atual gestor. “Tal influência
do denunciado chegava a se estender, por exemplo, para a indicação de, pelo
menos, uma dezena de trabalhadores para a empresa Melf na construção da
escola”, relata o membro do MPF na denúncia.
Crime e pena – Para o MPF em
Patos, nesta sétima denúncia, Alberto Nepomuceno e Madson Lustosa praticaram o
fato típico previsto no artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência), ao
solicitar, cobrar e obter, para si, vantagem e promessa de vantagem, a pretexto
de influir em ato praticado por funcionários públicos no exercício da função. A
pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão, além de multa.
Assessoria de Comunicação/Procuradoria
da República na Paraíba
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