Governo confirma salário mínimo de R$ 1.031 em 2020.
No entanto, previsão para o
crescimento do PIB passou de 2,17% para 2,32% no próximo ano.
BRASÍLIA - O governo
confirmou nesta terça-feira uma previsão menor de salário mínimo para 2020. O
valor agora divulgado pelo Ministério da Economia é de R$ 1.031 no próximo ano.
O Orçamento inicial de 2020 encaminhado ao Congresso previa que o salário fosse
de R$ 1.039.
A diferença é explicada por
uma previsão menor de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), medido pelo IBGE, que costuma reajustar os salários.
A previsão oficial do
governo caiu de 4% em agosto para 3,5%. Com isso, também cai o reajuste do
salário mínimo. As informações foram divulgadas pelo governo junto com outras
mudanças no Orçamento de 2020. Entre elas, está uma previsão maior de
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,17% para 2,32%.
Atualmente, o piso nacional
é de R$ 998. Mesmo assim, essa será a primeira vez que o salário mínimo, que
serve de referência para mais de 45 milhões de pessoas, ficará acima da marca
de R$ 1 mil.
- Haverá redução em R$ 8,00
no salário mínimo para 2020. O número cai de R$ 1.039 para R$ 1.031. O INPC foi
reestimado para 3,5%. Aqui se preserva o poder de compra do salário mínimo. O
INPC, por diversas medidas, foi reduzido. Então, se reduz o valor da correção
do salário mínimo — disse o secretário de Fazenda do Ministério da Economia,
Waldery Rodrigues Junior.
Até este ano, o salário
mínimo era reajustado pelo INPC mais a variação do PIB de dois anos antes,
garantindo ganho acima da inflação, quando a economia cresce. Em 2017 e 2018,
por exemplo, foi concedido o reajuste somente com base na inflação porque o PIB
dos anos anteriores (2015 e 2016) teve retração.
Essa regra de reajuste venceu,
e o governo ainda não decidiu outra fórmula para reajuste. Com isso, está
aplicando apenas a regra prevista na Constituição, de reajuste pela inflação.
O salário mínimo menor vai
ajudar nas contas do governo em 2020. Cada R$ 1 de salário representa um gasto
extra de R$ 300 milhões.
Manoel Ventura e Marcello
Corrêa/O Globo
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