Governo pode optar por liquidação total dos Correios, diz jornal.
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Medida, que enfrenta
resistência sobretudo por conta do alto número de servidores contratados em
regime CLT, deverá ser estudada a partir de abril.
O destino dos Correios pode
ser sua liquidação total, se a privatização ou abertura de capital da estatal
não se mostrarem economicamente viáveis. A medida está entre as opções a serem
estudadas, de acordo com o jornal O GLOBO.
Um parecer técnico sobre o
futuro dos Correios será feito neste ano, com expectativa de finalização até
outubro, e enviado para apreciação do presidente Jair Bolsonaro, que declarou
recentemente que "Se pudesse privatizar hoje [os Correios], privatizaria”.
Atualmente, a estatal detém
o monopólio constitucional apenas das correspondências, ou seja, a entrega de
cartas, mensagens e telegramas. Com o avanço da tecnologia e o uso de meios
digitais para a comunicação, o serviço está em declínio.
Apesar do desejo de
Bolsonaro , a venda da estatal só deve entrar no Plano Nacional de
Desestatização (PND) em 2021, segundo estimativa do governo. Os Correios foram
incluídos em agosto de 2019 ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI),
mas os estudos sobre o destino da empresa ainda não começaram.
Segundo técnicos, o termo de
referência para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) contrate uma empresa para fazer a consultoria sobre o assunto deve ser
assinado neste mês. Caso o cronograma seja seguido, o trabalho de estudos deve
começar até abril.
A ideia é realizar um
levantamento sobre o atual modelo de negócios dos Correios, incluindo avaliação
do ambiente global do setor postal, as tendências de mercado de mensagens e
encomendas, sugestões de propostas para serem encaminhadas ao Legislativo e modelos
de privatização de outros países.
Por que é difícil vender os
Correios?
Com mais de cem mil
servidores contratados pelo regime CLT , vender a estatal é tarefa que gera
reações negativas e alto custo, já que a avaliação interna é que um Programa de
Demissão Voluntária (PDV) é pouco ou nada eficaz, uma vez que mais da metade
dos funcionários são carteiros, com baixa escolaridade e pouca mobilidade no
mercado de trabalho .
O próprio presidente
Bolsonaro reconheceu que só não privatiza a empresa abruptamente porque isso
iria "prejudicar o servidor dos Correios".
Com receita anual de R$ 18
bilhões, os Correios gastam 62% (pouco mais de R$ 11 bilhões) desse montante
com o quadro de funcionários. Os gastos incluem salários, encargos trabalhistas
e pagamento de benefícios estabelecidos em acordos.
A empresa estatal tem um
prejuízo acumulado de R$ 3 bilhões. De acordo com fontes internas, cerca de R$
300 milhões foram usados para abater dívidas em 2019, o que abre margem para o
argumento de que a empresa não dá lucro e apenas opera no positivo.
Por Brasil Econômico - com
informações da Agência O Globo
Fonte: Economia - iG
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