Mandetta diz que continua no cargo de ministro da Saúde.
"Continuando nós vamos
enfrentar o nosso inimigo, que é a covid-19"
O ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, afirmou em entrevista coletiva na noite desta segunda-feira
(6) que vai continuar no cargo. A permanência dele à frente da pasta foi
questionada depois de críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro. Hoje o
presidente se reuniu com ministros para discutir o futuro das ações do governo
no enfrentamento à pandemia.
“Hoje foi dia que rendeu
pouco, ficou todo mundo com a cabeça avoada se eu iria permanecer ou sair.
Agradeço muitos que vieram em solidariedade. Gente limpando gaveta, inclusive a
minha. Nós vamos continuar, porque continuando nós vamos enfrentar o nosso
inimigo, que é a covid-19”, declarou Mandetta.
Ele afirmou que diante da
tarefa de combate à pandemia é importante ter um bom ambiente de trabalho e
condenou o que chamou de críticas não construtivas. “Mas as condições de
trabalho precisam ser para todos. A única coisa é que tenhamos melhor ambiente
para trabalhar no ministério. Esperamos que a gente possa possa ter paz.” O
titular da pasta agradeceu a equipe, dizendo que ela entrou junta e sairá
junta. Ele afirmou que a reunião de hoje entre o presidente e ministros
“reposicionou” o governo “no sentido de ter mais foco”.
Esse reposicionamento foi
marcado por uma mudança nas orientações do ministério, que passa a trabalhar
com dois tipos de distanciamento social: o ampliado e o seletivo. O primeiro é
o que vem sendo realizado pelos estados, enquanto o segundo envolve uma
abertura maior a atividades econômicas e circulação de pessoas abaixo de 60
anos desde que não apresentem sintomas.
Pelas novas recomendações,
as cidades ou estados que tenham pelo menos 50% dos leitos vagos poderão adotar
um modelo de distanciamento seletivo a partir da próxima segunda-feira (13).
Essa alternativa não vale para unidades federativas com alto índice de
incidência de casos por 100.000 habitantes, como é o caso de São Paulo, Rio de
Janeiro, Ceará, Amazonas e Distrito Federal.
Mandetta colocou que há dias
vem reforçando a importância do distanciamento até que os sistemas de saúde de
cidades e estados estejam estruturados com leitos, máquinas e insumos (como
equipamentos de proteção individual). Enquanto isso não estiver garantido, é
importante manter o distanciamento.
“Momento é de cautela, é de
distanciamento social. Isso que vocês passaram não é quarentena. É muito mais
duro que isso. Estamos em fase de distanciamento social. Pessoa pode fazer
caminhada, não precisa ficar trancada, mas não pode aglomerar. A gente está
conseguindo ter um número de casos relativamente controlado. Não vamos deixar
que a cidade A, B ou C vá fazer o movimento exponencialmente pra cima”,
defendeu.
Para fazer essa transição,
será necessário um acompanhamento ágil dos leitos e equipamentos. A equipe do
Ministério da Saúde anunciou que fará nesta semana um recadastramento da
situação das unidades de saúde nos estados para verificar a ocupação e as
condições destes.
Por Agência Brasil
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