Auxílio emergencial: duas semanas após prazo original para início do pagamento, governo ainda não tem nem data para liberar segunda parcela.
Ao apresentar programa,
governo disse que segunda parcela seria paga a partir de 27 de abril. Data foi
primeiro antecipada, depois antecipação cancelada.
Duas semanas após a data
originalmente anunciada para dar início ao pagamento da segunda parcela do
Auxílio Emergencial, o governo não divulgou sequer o novo calendário para a
liberação do benefício.
Ao anunciar o início do
cadastramento no programa, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, apresentou
um calendário que previa o início do pagamento da primeira das três parcelas de
R$ 600 em 9 de abril, para os beneficiários que não recebem o Bolsa Família. Já
a segunda parcela deveria ser paga entre os dias 27 e 30 de abril, ficando a
terceira para entre os dias 26 e 29 de maio.
No dia 20 de abril, a Caixa
Econômica Federal organizou uma entrevista coletiva no Palácio do Planalto para
anunciar a antecipação para o dia 23 do mesmo mês. Na véspera da nova data, no
entanto, o Ministério da Cidadania divulgou uma nota informando que o governo
não poderia antecipar esse pagamento.
Desde então, nenhuma nova
data foi apresentada. Mesmo o anúncio da divulgação dessa data foi sendo
postergado. O ministério da Cidadania chegou a informar que apresentaria as
datas ainda em abril - que depois passou a primeiros dias de maio.
Já na última quinta, o
ministro Onyx Lorenzoni disse que esperava anunciar até a última sexta-feira
(8) o cronograma de pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial. Na
mesma semana, presidente da Caixa, Pedro Guimarães, havia afirmado que o
governo federal estava "próximo de finalizar" o calendário de
pagamento da segunda parcela do Auxílio Emergencial.
"Nós estamos próximos
de finalizar. Eu e o ministro Onyx [Lorenzoni, da Cidadania], antes de
fecharmos o cronograma, levaremos ao presidente Jair Bolsonaro, que é quem
organiza. Ministro Paulo Guedes, meu chefe, já deu ok", reforçou o
presidente da Caixa, em entrevista online.
Falta de recursos e filas
A dificuldade em estabelecer
um novo calendário estaria na falta de recursos e na tentativa de evitar as
longas filas nas agências da Caixa vistas nas últimas semanas.
Ao cancelar a antecipação da
segunda parcela, o ministério da Cidadania argumentou que, como muitas pessoas
sequer haviam recebido a primeira parcela, seria necessária a abertura de
crédito suplementar para garantir a antecipação da segunda parcela, além do
pagamento da primeira.
"Por fatores legais e
orçamentários, pelo alto número de requerentes que ainda estão em análise,
estamos impedidos legalmente de fazer a antecipação da segunda parcela do
auxílio-emergencial", informou o governo federal.
Já o presidente da CEF
afirmou que o calendário deveria considerar as datas de pagamento dos
benefícios do Bolsa Família e da liberação dos saques em dinheiro para quem
recebe o Auxílio Emergencial por meio de poupança digital do banco. O objetivo
é evitar que essas datas coincidam, para reduzir a aglomeração de trabalhadores
nas agências.
R$ 33 bilhões pagos
Segundo a Caixa, até o
último domingo (10) haviam sido pagos R$ 35,5 bilhões a 50 milhões de
brasileiros. Destes, R$ 15,2 bilhões pagos aos 19,2 milhões dos beneficiários
que recebem pelo Bolsa Família, R$ 7 bilhões para 10,5 milhões do público
CadÚnico e R$ 13,3 bilhões para 20,3 milhões de elegíveis que se cadastraram
pelo site e app.
Por G1
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