Com 27,8% das casas sem internet, Famup inicia elaboração de plano alternativo para educação.
Autoridades em saúde
recomendam que a suspensão das atividades escolares é indispensável para
diminuir a velocidade da transmissão do novo coronavírus e por isso, escolas
estão fechadas em todo o mundo. Observando essa realidade e entendendo que é
essencial se repensar a educação, a Federação das Associações de Municípios da
Paraíba (Famup) iniciou a elaboração de um plano que contenha alternativas para
o futuro educacional. A proposta teve início com uma pesquisa que está sendo
realizada com os prefeitos sobre a realidade em cada município.
A Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) aponta que 27,8% dos domicílios paraibanos não possuem
internet. No total, são 362 mil lares paraibanos sem internet. Nos domicílios
que utilizam a internet, o celular é o principal aparelho para navegação na
rede, representando um acesso pelo celular em 99% deles.
“Temos que discutir
alternativas e o futuro da educação no estado. Sabemos que uma das soluções
atuais é a vídeo aula, mas a nossa realidade é diferente. Muitos alunos e
famílias que não conseguem utilizar plataformas on-line de ensino e professores
precisam de formação técnica para direcionar processos de aprendizagem em
ambientes virtuais. Por isso, estamos iniciando esse trabalho para repensarmos
a educação no estado”, destacou o presidente da Famup, George Coelho, apelando
para que os gestores respondam a pesquisa proposta pela entidade municipalista.
De acordo com George, a
Famup entende que os desafios são ampliados quando se leva em conta a rede
pública. Outro ponto central e de preocupação é o acesso a computadores, pois
maior parte da população utiliza o celular, muitas vezes compartilhado para
acessar a internet. “Isso transforma a busca por soluções de educação a
distância mais difíceis, principalmente quando levamos em conta os alunos que
estão em situação de vulnerabilidade”, observou.
O Governo Federal chegou a
publicar uma Medida Provisória que desobriga os 200 dias letivos obrigatórios
para escolas e universidades, mas pede o cumprimento da carga horária mínima
anual de 800 horas na Educação Básica.
No Brasil, em todos os
estados há suspensão de aulas para conter o avanço da pandemia do novo
coronavírus. No mundo, de acordo com os últimos dados da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que monitora os
impactos da pandemia na educação, 191 países determinaram o fechamento de
escolas e universidades. A decisão atinge cerca de 1,6 bilhão de crianças e
jovens, o que corresponde a 90,2% de todos os estudantes.
Assessoria de Imprensa
Nenhum comentário