Plano de Imunização contra Covid-19 acontecerá em quatro fases.
A ideia é de que 109,5
milhões de brasileiros sejam vacinados neste ciclo
Após semanas de debates com
entidades e secretarias municipais e estaduais de saúde, o Ministério da Saúde
divulgou o planejamento preliminar do Plano Nacional de Vacinação contra
Covid-19. Ainda sem data definida, com previsão para começar em março, o
programa foi anunciado no momento em que outros países já organizam o início da
imunização.
A vacinação ocorrerá em
quatro fases, após aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). A ideia é de que 109,5 milhões de brasileiros sejam vacinados
nesse ciclo. O número prevê a vacinação de duas doses a partir de acordos já
garantidos pelo governo para obter as vacinas. Segundo o Ministério da Saúde,
pelos estudos observados até agora, não haverá doses suficientes em 2021 para
imunizar a totalidade da população.
A pasta ainda destacou que o
planejamento de vacinação em fases é preliminar e pode sofrer alterações, a
depender de novos acordos de aquisição de vacinas com outras farmacêuticas,
após regulamentação pela Anvisa. Estão sendo analisados pela agência reguladora
os estudos envolvendo vacinas desenvolvidas pelos laboratórios Pfizer,
Astrazeneca (em parceria com a Universidade de Oxford) e Sinovac (em parceria
com o Instituto Butantan).
O ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, declarou que o ministério defende a não obrigatoriedade da vacinação
e que a escolha caberá à população. “Falo pelo ministério e falo também em
consonância com o presidente da República, a nossa estratégia será a não
obrigatoriedade da vacina. Trabalhar com campanhas de conscientização e
trabalhar pelo padrão da vacina, uma vacina campeã, com resultados, sem efeitos
colaterais. Quando isso começar a dar resultado será o contrário, a procura
será muito grande e não a obrigatoriedade”, afirmou.
Apesar da divulgação
preliminar, o governo afirma que o plano de imunização só ficará pronto quando
houver vacina registrada na Anvisa. As regras para aprovação do imunizante
variam, mas por fim todas dependem que a eficácia da imunização seja
comprovada.
O assessor técnico do
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Alessandro
Chagas, demonstrou preocupação sobre a distribuição das doses da vacina. “Os
municípios têm uma responsabilidade de distribuição na própria localidade.
Então imagina, o Brasil com essas dimensões, essa distribuição não é rápida,
para você entregar vacina em todos os 5570 municípios e estar disponível
em todas as unidades que vacinam você leva um tempo”, alertou.
Vencimento de testes
Em audiência pública na
comissão mista que acompanha as ações de enfrentamento ao coronavírus, o
ministro da Saúde afirmou que os testes de diagnóstico da Covid-19 com
vencimento em dezembro deverão ter o prazo estendido pela Anvisa.
Foi divulgado na imprensa
que 6,8 milhões de testes do tipo RT-PCR armazenados podem perder a validade
até janeiro de 2021, estoque mantido pela União e não por estados e municípios.
Segundo o Ministério da Saúde, este número é inferior, com testes próximos ao
vencimento que é de 2,8 milhões.
De acordo com a pasta, um
estudo de viabilidade estendida feito pela empresa fabricante dos testes foi
enviado para a agência de deverá anunciar a decisão de extensão da validade
ainda nesta semana.
“A caixa do kit quando
chegou à época, foi feito um registro com a Anvisa inicial dando uma validade
pequena emergencial para iniciar o uso, que é bem pequena, de oito meses. E
essa validade inicial seria e será renovada, porque os componentes do teste
todos têm a validade muito mais estendida, nós sempre soubemos disso e isso não
é uma novidade”, explicou Pazuello.
Segunda onda
Sobre o aumento do número de
casos após as eleições municipais, o ministro afirmou que já era esperado e foi
normal o agravamento em decorrência do o processo eleitoral de campanhas, com
aglomerações e eventos.
“Esse represamento vai
chegar e já chegou, então a segunda onda é tão grande quanto a primeira com
relação a saúde das pessoas impactadas e estamos trabalhando os recursos da
pandemia para a segunda onda, é o mesmo recurso, é a mesma pandemia”,
disse.
Após o segundo turno, no
último domingo (29), governos estaduais já voltaram a endurecer as medidas de
distanciamento previstas no plano de flexibilização, anunciando o recuo da fase
verde para a fase amarela, que é mais restritiva e limita mais os horários de
funcionamento do comércio e serviços, por exemplo.
Fonte: Brasil 61 -
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