Senador e ex-governador da Paraíba, José Maranhão morre aos 87 anos.
José Maranhão - Foto: Reprodução/Internet
Político estava internado
desde o dia do 2º turno das eleições municipais. Ele foi governador e senador e
estava na vida política há quase 70 anos. Era o senador mais velho da atual
legislatura.
O senador e ex-governador
paraibano José Maranhão (MDB) morreu na noite desta segunda-feira (8) no
Hospital Vila Nova Star, de São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Ele
estava internado desde 29 de novembro de 2020, dia de segundo turno nas eleições
municipais, quando passou mal, pouco depois de votar no candidato que ele
apoiava. Ficou num hospital de João Pessoa até o dia 9 de dezembro e nessa data
foi transferido para a capital paulista.
Ao longo da internação, ele
teve diversas mudanças em seu quadro clínico. Chegou a ser entubado e extubado
várias vezes, mas sempre na UTI. Mas, nos últimos dias, seu quadro clínico
havia piorado. A informação de sua morte foi confirmada por familiares.
Quase 70 anos de vida
pública
José Targino Maranhão nasceu
em Araruna, no Agreste paraibano, em 6 de setembro de 1933, filho de Benjamim
Gomes Maranhão, ex-prefeito de Araruna, e de Benedita Targino Maranhão (Dona
Yayá). Começou a carreira política ainda jovem, com 22 anos, quando, em 1955,
assumiu pela primeira vez o cargo de deputado estadual da Paraíba pelo PTB,
partido que ficou até 1967, quando mudou para o MDB. Ocupou o posto por quatro
mandatos consecutivos e saiu em 1969, no período da Ditadura Militar, quando
foi cassado e perdeu os direitos políticos.
Retornou à vida política em
1982, nas primeiras eleições diretas do país em mais de 20 anos. Foi eleito
deputado federal, reeleito em 1986 e em 1990. Foi deputado constituinte e
ajudou a criar a Constituição Federal de 1988.
Ao término do terceiro
mandato na Câmara dos Deputados, foi convidado para integrar a chapa de Antônio
Mariz ao Governo da Paraíba, como vice-governador. A chapa foi eleita em 1994.
Mariz assumiu o cargo, mas se afastou pouco depois de empossado para tratar de
um câncer. Quando o governador morreu em setembro de 1995, Maranhão assumiu em
definitivo o cargo.
Em 1998 tentou a reeleição,
mas entrou em choque com um colega de partido, o então senador Ronaldo Cunha
Lima. Houve um racha interno para saber quem seria o candidato do PMDB ao governo
naquele ano. Maranhão venceu a disputa interna e depois foi reeleito com mais
de 80% dos votos válidos.
Em 2002 foi eleito senador e
tentou ser governador novamente em 2006, mas perdeu a disputa para Cássio Cunha
Lima (PSDB), filho de Ronaldo. A chapa de Cássio, no entanto, foi cassada em
2009 e Maranhão assumiu o cargo de governador. Tentou se reeleger em 2010, mas
perdeu para Ricardo Coutinho (PSB).
Dois anos depois, foi
candidato a prefeito de João Pessoa, ficando em quarto lugar na disputa. Em 2014,
foi eleito senador e se licenciou para tentar o cargo de governador, em 2018,
mas ficou em terceiro lugar.
Voltou para o cargo de
senador e tinha mandato até 2022. Por causa do tratamento para Covid-19,
precisou se licenciar em janeiro deste ano e foi substituído pela suplente
Nilda Gondim, que agora assume o cargo em definitivo.
Formado em direito pela
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em 1961, Maranhão também era piloto de
avião particular e frequentemente pilotava o próprio voo em suas viagens. Além
da política, atuava também como empresário e pecuarista. Deixou a esposa, a
desembargadora Maria de Fátima Bezerra, três filhos e dois netos.
Por G1 PB
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