Agnaldo Timóteo morre aos 84 anos vítima de covid-19
Aguinaldo Timóteo - Reprodução
Cantor estava internado no
Hospital Casa São Bernardo, no Rio de Janeiro, e não resistiu às complicações
da doença.
Agnaldo Timóteo morreu,
neste sábado (3), vítima de covid-19. O cantor e compositor, de 84 anos, estava
internado no Hospital Casa São Bernardo, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, e não
resistiu às complicações da doença. A informação foi confirmada pela assessoria
de imprensa do artista.
"É com imenso pesar que
comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo
Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do covid-19 e faleceu hoje às
10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa
batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A
família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São
Bernardo nessa batalha", diz o comunicado enviado à imprensa.
No dia 17 de março de 2021,
Agnaldo Timóteo foi diagnosticado com a covid-19 — segundo o assessor de
imprensa, ele tinha tomado a primeira dose da vacina 15 dias antes de ser
infectado.
O artista foi internado na
UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em estado grave, chegou a apresentar uma
"pequena melhora" ao longo dos dias em que esteve hospitalizado, mas
perdeu a luta para a doença provocada pelo novo coronavírus.
Confira a nota na íntegra
É com imenso pesar que
comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo
Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do covid-19 e faleceu hoje às
10:45 horas.
Temos a convicção que
Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo
viverá eternamente em nossos corações!
A família agradece todo o
apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A
Família informa que a Corrente de Fé,
com pensamentos positivos e orações, permanecerá, em prol de um mundo melhor!
Trajetória
Agnaldo Timóteo Pereira
nasceu em 16 de outubro de 1936, em Caratinga, Minas Gerais. Foi no município
mineiro, aliás, que o cantor, compositor e político passou toda a infância. O
interesse pela música começou ainda criança, quando fez apresentações em circos
que visitavam a cidade natal.
Os primeiros passos da
carreira profissional foram dados quando ele participou, como calouro, de
programas de rádio na cidade natal, Governador Valadares e Belo Horizonte. O
cantor construiria uma história marcada por luta, dificuldades, sucessos,
polêmicas, trajetória política e inúmeras participações em programas de rádio e
televisão.
Com apenas 16 anos, já
morando em Governador Valadares, o músico tinha o hábito de deixar de lado o
trabalho de torneiro mecânico para ouvir Angela Maria, a quem admirava
publicamente e, anos depois, teve o prazer de trabalhar e se tornar amigo
pessoal.
Na tentativa de gravar um
disco, mudou-se para Belo Horizonte, aonde ficou conhecido como ‘Cauby mineiro’
— por conta da semelhança de timbre com Cauby Peixoto, fenômeno musical nos
anos 1950. Entretanto, a experiência não trouxe o sucesso que ele esperava,
mas, possibilitou o surgimento de convites para imitar o astro em programas de
rádio e eventos.
Aconselhado por Angela Maria
a se mudar para o Rio de Janeiro, aonde, segundo a cantora, ele teria mais
oportunidades de mostrar o trabalho autoral, o músico enfrentou um começo
difícil na capital fluminense.
Foi na cidade, inclusive,
que o compositor conheceu Roberto Carlos, que, à época, também havia se mudado
para a cidade em busca de oportunidades profissionais. Agnaldo chegou a
declarar ao longo da trajetória os perrengues que enfrentou ao lado do ídolo da
Jovem Guarda. Os dois costumavam a ir a pé às rádios porque não tinham o
dinheiro para o bonde.
Com dificuldades
financeiras, o músico procurou Angela Maria e pediu para trabalhar como
motorista dela, que, na época, possuía um automóvel, mas não dirigia. A
história com a cantora, aliás, está diretamente ligada a momentos importantes
da vida dele.
Por indicação de uma das
maiores estrelas da história do rádio brasileiro, Agnaldo Timóteo gravou o
primeiro trabalho, que contava com as canções Sábado no Morro e Cruel Solidão.
Em 1963, veio o compacto Tortura de Amor, mas, que acabou sendo vendido de mão
em mão pelo próprio compositor porque a gravadora não colocava fé no sucesso
dele.
Em 1965, venceu todos os
prêmios do programa Rio Hit Parade, da TV Rio, ganhando a simpatia do público
jovem e assinando contrato com a EMI-Odeon. O primeiro sucesso da carreira veio
com o disco Surge um Astro, que contava com versões estrangeiras e que marcaria
a característica romântica que acompanhou cantor ao longo de décadas. À época,
participou de edições do programa Jovem Guarda — atração produzida entre 1965 e
1968 pela TV Rio e Record TV.
Agnaldo, que contabiliza
mais de 50 discos gravados, ficou nacionalmente conhecido ao gravar Meu Grito,
canção composta por Roberto Carlos. Entre os grandes sucessos da longa
carreira, Ave-Maria, Mamãe e Verdes Campos foram alguns dos grandes marcos da
trajetória musical.
Em 1975, Agnaldo apresentou
a Galeria do Amor — primeira composição própria e um dos marcos para o
surgimento do estilo musical que ficaria conhecido com 'Brega'. Dois anos
depois, em 1978, ele transitou por movimentos em alta, como Bossa Nova, com a
gravação do sucesso Por Causa de Você, composição assinada por Dolores Duran e
Tom Jobim.
O disco de maior sucesso na
carreira foi o Perdido na Noite, que contou com composições próprias como
Aventureiros e O Conquistador.
Sempre muito discreto em
relação a vida pessoal, o cantor nunca assumiu publicamente os seus
relacionamentos. Entretanto, em 2017, no documentário Eu, Pecador, que trouxe à
tona passagens da trajetória do músico até então inéditas, Agnaldo falou
abertamente de romances vividos com outros homens.
Política
Com as mudanças no cenário fonográfico
brasileiro e surgimento de interesses pessoais, o ritmo de shows foi diminuindo
com os anos e o cantor passou a conciliar a música com a carreira política, que
começou em 1982, pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista). À época, ele foi
eleito o deputado federal mais votado da história do estado do Rio de Janeiro.
Em 1994, foi eleito
novamente deputado federal pelo estado fluminense. Além disso, exerceu três
mandatos como vereador. O primeiro no Rio, em 1996, e dois pela cidade de São
Paulo, em 2004 e 2008 — respectivamente.
Do R7
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