Páscoa terá adaptações durante a pandemia da Covid-19.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Reuniões online são a melhor
opção para que a curva de contágio não aumente. Mesmo com crise econômica,
cerca de 102,7 milhões de brasileiros devem ir às compras de Páscoa.
A Páscoa é um dos períodos
mais aguardados pelos brasileiros onde as famílias se reúnem para celebrar esse
momento tão simbólico. Porém, por mais um ano, a pandemia impede a união física
entre as pessoas.
Esse ano, o feriado precisa
ser adaptado, tendo em vista o grande número de pessoas infectadas pelo vírus.
Assim como no Natal, famílias resolveram dar um jeitinho de celebrar o momento
e enviar o carinho aos familiares por meio de vídeo chamada. Como é o caso da
intercambista, Luryan Junqueira, que atualmente mora em Sleepy Hollow, Nova
York (EUA). Com as fronteiras fechadas pelo governo americano no feriado de
Natal, Luryan reservou a Páscoa para fazer uma visita aos familiares.
Mas com o aumento na curva
de contaminação por Covid-19 no Brasil este ano, a fronteira dos Estados Unidos
foi fechada novamente. “Era uma programação que vinha sendo feita há mais de um
ano, e infelizmente, por conta da pandemia, meus planos não saíram como
esperado”, lamenta a jovem.
Mas apesar da distância, a
Luryan fará parte do almoço de Páscoa da família que mora em Luziânia (GO).
“Minha Páscoa por aqui vai ser via chamada de vídeo, vou participar do almoço
de domingo pela internet. Por conta da pandemia perdi duas oportunidades de ver
minha família, mas temos que viver o novo normal.”
Para que a data não passasse
em branco e os moradores de Pato Branco, no Paraná, pudessem ter a programação
anual de Páscoa, a prefeitura da cidade adaptou a festividade para o mundo das
transmissões ao vivo. Intitulada como Coelhinho Virtual, a programação será
transmitida pela página do facebook da prefeitura do município, onde a
população poderá interagir com mensagens e imagens.
A programação teve início na
quinta-feira Santa, dia 1º de abril, com oficinas de artesanato e apresentações
musicais. Já no Sábado de Aleluia, dia 3, haverá apresentações de danças e
oficina de maquiagem artística. No encerramento, domingo de Páscoa (4) a live
contará com oficinas de contação de histórias.
Para que não haja
aglomeração, a programação será realizada em um estúdio e transmitida à
população, sempre das 19h às 21h. O prefeito de Pato Branco, Robson Cantu,
ressaltou que a iniciativa mantém a essência da Páscoa e preserva a população
da cidade em segurança contra infecções da Covid-19.
“Nossas ações estão voltadas
a salvar vidas. Para isso, reaproveitamos tudo o que já tínhamos para reduzir
custos e colocamos na praça uma decoração diferente, pequena, mas alegre e
feliz”, destacou.
A Praça Presidente Vargas,
no centro da cidade, foi decorada para que a população possa visitar. Além dos
símbolos tradicionais, coelhos, ovos e luzes, neste ano, há um túnel com
guarda-chuvas coloridos e um canteiro de flores.
O maior meio de transmissão
da Covid-19 é o contato físico, e a recomendação da Organização Mundial da
Saúde é o isolamento social. Nos períodos de feriados, como o da Páscoa, é onde
as aglomerações se tornam mais comuns.
Ana Helena Germoglio,
infectologista, recomenda que o contato com indivíduos que não sejam do mesmo
núcleo familiar tente ser evitado. “Não é pelo fato da pessoa ser da mesma
família que está imune à transmissão do vírus. O melhor é se reunir com quem
vive na mesma residência”, explica.
A infectologista ressalta
ainda que as medidas de isolamento também são válidas para quem já tomou a
vacina, até mesmo as duas doses. Pois a imunização não garante a proteção
integral contra novas cepas da Covid-19, podendo tornar a pessoa um transmissor
do vírus.
É recorrente que estados e
municípios cheguem à capacidade total de ocupação de leitos de UTI,
principalmente após atitudes de aglomeração. A exemplo do Distrito Federal, que
após os feriados de dezembro, apresentou aumento de 41,85% de infectados em
comparação a novembro de 2020.
Germoglio avalia que após o
feriado de Páscoa, o número de pessoas infectadas tende a aumentar. “A previsão
é de que teremos um abril pior que março. Se março já foi muito pior do que
agosto do ano passado, período em que tivemos mais casos, abril pode surpreender
nos números. Tudo isso será resultado do mal comportamento da população.”
Se mesmo assim a pretensão é
reunir a família para o feriado, fique atento às recomendações de higiene
recomendadas pela Fiocruz. Elas não são capazes de impedir totalmente a
transmissão da Covid-19, mas diminui os riscos.
Gastos na Páscoa
Apesar da crise econômica,
este ano, a maior parte da população brasileira pretende manter a tradição e
comprar ovos de Páscoa e produtos relacionados. Uma pesquisa realizada
pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que cerca de 102,7 milhões de
brasileiros devem realizar compras para a Páscoa 2021 – o que representa uma
redução de 10,5 milhões de consumidores frente à estimativa de 2019.
O levantamento aponta ainda
que 64% dos consumidores pretendem comprar presentes e chocolates para a data,
enquanto 19% não planejam ir às compras este ano, e 16% ainda não se
decidiram.
O brasileiro está atento à
diferença de preços entre os estabelecimentos, e por isso, 84% dos
entrevistados pretendem fazer uma análise antes de ir às compras, sendo que 50%
vão pesquisar sobre todos os tipos de chocolate e 25% somente sobre os ovos de
Páscoa. A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, destaca que
para quem pretende economizar, vale pesquisar os preços praticados nos
estabelecimentos.
“O consumidor brasileiro já
aprendeu que existe uma variação significativa nos preços de um estabelecimento
para outro, e pode ficar próxima de 100% em algumas cidades. Para economizar:
ir às compras e se planejar com antecedência, usar a internet para pesquisar e
só tomar as decisões depois de ter visto os preços praticados em vários
estabelecimentos”, ressalta.
Ainda de acordo com a CNDL,
o principal local de pesquisa são os supermercados (62%), enquanto 52%
pesquisam em sites na internet e 34% nas lojas de shoppings. Alguns
consumidores realizam as compras de Páscoa apenas após a data, pois os preços
tendem a cair e muitos estabelecimentos fazem promoções para acabar o estoque.
A pesquisa mostra também que
65% das pessoas se programam para comprar pela internet, principalmente nos
sites (22%) e no Whatsapp (20%). A especialista em finanças da CNDL, Merula
Borges, aponta que a internet trouxe uma oportunidade para os pequenos produtores.
“É uma oportunidade para quem não tem e-commerce ou loja online estabelecida e
pode divulgar e vender por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagem”.
Dos que pretendem comprar produtos de grandes indústrias, 70% têm intenção de
adquirir em lojas físicas, seja de rua (44%) ou de shopping (40%).
Fonte: Brasil 61 –
Nenhum comentário