Ministério Público celebra TAC e igreja deverá adquirir equipamentos para o HULW.
O Ministério Público da
Paraíba (MPPB) e o Ministério Público Federal (MPF) celebraram um termo de
ajustamento de conduta (TAC) com a Igreja Assembleia de Deus Brás, localizada
no bairro do Bessa, na Capital, referente à violação de protocolos sanitários impostos
pela pandemia de covid-19. O acordo, firmado nesta quinta-feira (03/06),
engloba reparações nos aspectos penal e cível, inclusive quanto ao dano moral à
coletividade. A instituição religiosa se comprometeu a adquirir equipamentos
destinados ao Hospital Universitário Lauro Wanderley, no valor de R$ 19,1 mil.
O TAC foi assinado pela
promotora de Justiça do MPPB, Jovana Maria Silva Tabosa; pelos procuradores da
República (MPF), José Guilherme Ferraz da Costa e Janaína Andrade de Sousa;
pelo pastor responsável pela instituição religiosa, Samuel Mariano da Silva, e
pela advogada, Anne Karoline Dias. O TAC é decorrente do Procedimento
Preparatório 002.2021.021239, instaurado pelo MPPB para apurar as
responsabilidades relacionadas ao descumprimento dos decretos municipais e
estaduais que restringem, de maneira excepcional e temporária, o funcionamento
de atividades para conter a disseminação do novo coronavírus.
O caso e o acordo
Foi constatado pela
Vigilância Sanitária do Município de João Pessoa que a igreja promoveu
aglomeração de pessoas, durante uma celebração religiosa realizada no último
dia 2 de maio. Os membros do Ministério Público consideraram que os fatos
caracterizam infrações a dispositivos legais relacionados à política de
enfrentamento à pandemia e que podem ter contribuído para o aumento dos índices
de infectados pelo vírus e, consequentemente, para as mortes decorrentes da
infecção.
“É recomendável o
encerramento das investigações dessa natureza na via consensual, sem que se
prossiga na apuração dos fatos em questão, desde que se disponha o compromissário
a arcar com valor de indenização de dano moral coletivo razoável, em
consonância com o valor do suposto dano causado à coletividade”, justifica
trecho do TAC.
O termo também cita que
Resolução CNMP 179/2017 permite que recursos oriundos desse tipo de tratativa
tenha como destinação a aquisição de bens e implementação de serviços por
instituições públicas e privadas, que sirvam para fomentar a proteção e
concretização de direitos transindividuais com relevância social.
Os equipamentos
Ficou acordado que a igreja
destinará ao HULW, uma câmara de conservação, no valor de R$ 12 mil e cinco
mesas ginecológicas, no valor unitário de R$ 1.436,98, totalizando R$ 19.184,90
em equipamentos. A aquisição e destinação deverão ser feitas no prazo máximo de
30 dias corridos, contados da assinatura do TAC.
A instituição religiosa
também poderá optar por cumprir o acordo através de depósito ou transferência
do valor ao hospital. Em qualquer situação, devem ser enviados os comprovantes
de compra e de entrega ou do depósito bancário à instituição beneficiada e aos
membros do MPPB e do MPF.
Os órgãos ministeriais têm
atuado em conjunto para destinação de recursos obtidos em acordos relacionados
a possíveis infrações sanitárias na pandemia de covid-19, visando atender necessidades
da rede pública de saúde, que sofre os impactos das violações às normas de
prevenção.
MPPB
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