Tarifa da bandeira vermelha 2 vai subir mais de 20%, diz diretor-geral da Aneel.
Segundo Pepitone, reajuste
da bandeira vermelha 2 deve ser maior do que previsto na consulta pública;
conta também deve subir para cobrir custo com termelétrica.
A conta de luz vai ficar
ainda mais cara. Por causa da crise hídrica, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) vai reajustar o preço da tarifa da bandeira vermelha 2, que
está em vigor no país e é a mais cara. Atualmente, o custo é de R$ 6,243 pelo
consumo de 100 kw/hora.
O reajuste ainda não está
definido. No entanto, André Pepitone, diretor-geral da Aneel, adiantou nesta
terça-feira (15) que o valor deve ser maior do que o previsto na consulta
pública apresentada em março. Na ocasião, a proposta era elevar a cobrança de
100 kWh na bandeira vermelha 2 para R$ 7,571. Ou seja, se fosse mantido esse
valor, o aumento seria de 20%. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo.
"Certamente, a gente já
pode adiantar aqui nessa comissão que não tem o valor final, mas digo às vossas
excelências que será um valor bem maior do que os R$ 6,24. Tivemos uma
audiência pública que durou 30 dias e apresentou o valor de R$ 7 e alguns
centavos, mas com certeza esse valor [final] ainda deve superar um pouco os R$
7 [e alguns centavos], [daí os] mais de 20% [de alta]", afirmou.
A explicação para a alta do
preço da bandeira 2 é o aumento do custo de geração de energia no país, por
causa da crise hídrica. "Pelo fato de não termos água para utilizar nas
nossas hidrelétricas, essa energia será gerada nas térmicas. Logo aquele custo
ele vai ser apresentado [repassado] por meio do mecanismo das bandeiras",
acrescentou.
Custo das termelétricas
Por causa do maior
acionamento das usinas termelétricas (que geram mais custos do que as
hidrelétricas), Pepitone estima uma alta de pelo menos 5% nas contas de luz em
2022. O Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 91 anos, segundo o governo.
"O número que o
Ministério de Minas e Energia tem usado publicamente é que vamos ter um custo
adicional de R$ 9 bilhões [de janeiro a novembro de 2021], até abril já se
gastou R$ 4 bilhões adicionalmente. Isso vai ter impacto adicional na tarifa de
5% [em 2022]", explicou Pepitone.
Por Thais Herédia, CNN Com Natália Flach e Marcos Braz, da CNN Brasil
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