Covid-19: será preciso tomar a terceira dose da vacina?
Foto: Breno Esaki/Agência Brasil
Especialistas indicam que
terceira dose da vacina contra o coronavírus deve ser aplicada após oito meses
da segunda dose.
Nesta semana, o ministro da
Saúde, Marcelo Queiroga, informou que a terceira dose da vacina contra a
Covid-19 será aplicada na população brasileira. Inicialmente, a proposta é
começar a imunização por idosos e profissionais da saúde, mas a pasta ainda não
sabe informar quando o processo terá início, pois ainda são necessários mais
dados científicos.
Um estudo inédito para avaliar a
necessidade de uma terceira dose já foi encomendado pelo Ministério da Saúde e
será realizado em parceria com a Universidade de Oxford, que vai verificar a
intercambialidade da Coronavac com outros imunizantes disponíveis para a
população brasileira. A pesquisa realizará o estudo com 1,2 mil participantes
voluntários, incluindo as quatro vacinas já disponíveis no País: CoronaVac,
Astrazeneca/Oxford, Pfizer e Janssen.
A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) também autorizou estudos de terceira dose das vacinas da
Pfizer e AstraZeneca no País. O coordenador do teste clínico da vacina Pfizer
no Brasil, Cristiano Zerbini, explica que ainda não é possível chegar a uma
conclusão sobre a necessidade de uma dose de reforço, pois o último voluntário
entrou na pesquisa no dia 8 de agosto.
“O estudo tem um ano, mas nós
vamos ter uma análise interina em outubro para vermos se as pessoas que tomaram
a terceira dose, a dose de reforço, tiveram uma melhora maior da imunidade,
significativamente comparada a quem não tomou a terceira. Então, se concluirmos
que essa terceira dose realmente é importante, todas as pessoas que estão no
estudo vão recebê-la”, explicou Zerbini.
Mundialmente, 10.200 voluntários
participam da pesquisa, já no Brasil, 1.164 pessoas colaboram com os ensaios
clínicos.
Segundo Zerbini, os estudos da
Pfizer referentes à terceira dose da vacina contra a Covid-19 não surgiram por
conta das novas cepas do Sars-Cov-2. “Quando 23 voluntários da pesquisa
receberam a terceira dose, isso ainda no começo desse ano, em um estudo piloto,
foi observado que a imunidade deles melhorou muito. Então, com isso se pensou
que talvez uma terceira dose pudesse ser necessária, mesmo porque a proteção da
vacina cai um pouco depois de seis meses, ficando entre 80% e 88%, e a eficácia
inicial é de 95% de proteção, e queremos que isso se mantenha. Então, com todos
esses dados se pensou que talvez uma terceira dose fosse necessária”.
Com relação a variante Delta,
Zerbini diz que a vacina da Pfizer vem se mostrando eficaz. “Embora a eficácia
contra a variante Delta seja um pouco menor do que contra as outras cepas, a
vacina está funcionando bem e por enquanto não vemos nenhum grande problema”,
conclui.
Terceira dose em idosos e pessoas
com comorbidades
O estudo da Pfizer não se limita
apenas a idosos e comórbidos. Voluntários de diversas idades estão fazendo
parte. O que significa que, caso o estudo seja aprovado pela Anvisa, toda a
população receberá a dose de reforço
Na quinta-feira (19), a Anvisa se
reuniu com a Pfizer para solicitar informações sobre o desenvolvimento e o
andamento dos estudos sobre doses de reforço da vacina, especialmente nos
Estados Unidos. A Anvisa quer ter acesso aos dados dos estudos conduzidos pela
empresa na medida em que se tornem disponíveis no mundo.
O objetivo é acompanhar todos os
dados, tanto aqueles que fazem parte das pesquisas diretas conduzidas pela
Pfizer, como de outras publicações que possam contribuir para a avaliação sobre
a necessidade de uma dose de reforço da vacina.
Segundo informou a Anvisa, ainda
não há solicitação formal da Pfizer sobre a inclusão de doses de reforço na
bula de sua vacina, a Comirnaty. No encontro, ficou acordado que as duas partes
terão uma agenda permanente para acompanhar os dados que estão sendo levantados
sobre uma possível terceira dose.
A epidemiologista da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, explica que não apenas as
pessoas imunossupressoras, comórbidas e idosos se beneficiariam com a terceira
dose da vacina contra a Covid-19, mas a população em geral. “Com o tempo, a
resposta imunológica de todos nós, independente de termos o sistema de defesa
bom ou comprometido, cai. Então além da terceira dose em grupos específicos,
todas as pessoas, depois de 8 meses da segunda vacina, vão tomar uma dose de
reforço”.
Depois de tomar a vacina, ainda
preciso usar máscara?
Segundo a epidemiologista Ethel
Maciel, todas as medidas de segurança indicadas pela Organização Mundial da
Saúde ainda precisam ser seguidas, mesmo por quem já tenha se imunizado.
“Enquanto a gente não tiver o controle da pandemia, preferencialmente não ter
óbitos, ainda vamos precisar combinar essas medidas. Então, é a vacinação, mas
as outras medidas de prevenção: usar máscara e manter o distanciamento. Nós
ainda estamos no meio de uma pandemia, e dependendo de como agirmos, podemos
colocar tudo isso que conquistamos a perder”, pontua.
Fonte: Brasil 61 -
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