Adolescente suspeita de tentar matar filho com caneta, em João Pessoa, foi estuprada e engravidou aos 11 anos.
Adolescente de 15 anos é suspeita
de perfurar com uma caneta o pescoço do filho de quatro anos. A mãe engravidou
do menino após ter sido estuprada pelo padrasto.
Uma adolescente de 15 anos é
suspeita de perfurar com uma caneta o pescoço do filho de quatro anos. O caso
aconteceu neste domingo (17), em uma casa de acolhimento, em João Pessoa, onde
mãe e filho residiam. A história de violência envolvendo a adolescente e a
criança começou em 2017, quando a mãe, na época aos 11 anos, foi estuprada pelo
padrasto e engravidou.
De acordo com a delegada Joana
Darc, plantonista da delegacia da infância e juventude, a mãe e o menino
estavam em um dos quartos da casa de acolhimento, quando ela teria gritado por
socorro. Os funcionários do abrigo encontraram a criança com uma caneta
perfurando o pescoço e fios enrolados.
O menino foi socorrido pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o Hospital de Emergência e
Trauma de João Pessoa. Ele passou por uma cirurgia e está na UTI.
De acordo com a delegada Joana
Darc, a mãe nega a violência, mas em depoimento relatou que tentou matar a
criança uma outra vez.
A adolescente será ouvida pelo
Ministério Público nesta segunda-feira (18) e pode responder por tentativa de
homicídio. Quanto à criança, após receber alta poderá ser encaminhada para
algum familiar ou para a adoção.
O juiz da Vara da Infância e
Juventude de João Pessoa, Adhailton Lacet, em entrevista ao JPB1, nesta
segunda-feira (18), ressaltou a trajetória de violações da mãe e da criança e
fez um apelo à sociedade para que não façam juízo de valor sobre ela.
"Não faça juízo de valor em
cima dessa mãe, não vamos taxá-la de assassina e perversa porque ela também
sofreu muitas violações enquanto criança".
Relembre o caso
A mãe deu à luz ao menino aos 11
anos, em setembro de 2017, após ter sido estuprada pelo padrasto. A gestação só
foi descoberta aos cinco meses, por meio de uma ultrassonografia, quando a
criança foi levada pela avó para um posto de saúde.
Conforme o juiz Adhaílton Lacet,
o aborto legal não foi realizado porque a idade gestacional da menina já estava
avançada, oferecendo riscos à saúde dela. O juiz também informou que o acusado
de estupro chegou a ser condenado e atualmente cumpre pena.
Na época, mãe e filho chegaram a
ser acolhidos por uma família, mas, após dois anos, eles voltaram para a casa
de acolhimento. Enquanto estava com essa família, a adolescente relatou ter
tentado afogar o menino em uma banheira, mas como não foi comprovado, a guarda
da criança permaneceu com ela, e ambos eram assistidos pela Justiça.
Por Luana Silva/G1 PB
Nenhum comentário