Novembro Azul: “Cuide do que é seu” é o tema deste ano para conscientizar os homens.
O Brasil está comemorando 10 de celebrações do movimento Novembro azul. Foto: Shutterstock |
No Brasil os homens vivem, em
média, sete anos a menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração,
câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada.
O mês de novembro marca um
momento de conscientização para que os homens cuidem da própria saúde. Esse é,
resumidamente, o objetivo da campanha do Novembro Azul - que no Brasil está
comemorando 10 anos de celebrações. O movimento Novembro Azul teve origem em
2003, na Austrália, com o objetivo de chamar a atenção para a prevenção e o
diagnóstico precoce de doenças que atingem a população masculina.
No Brasil, o movimento chegou por
meio dos esforços do Instituto Lado a Lado pela Vida, uma organização social
que se dedica simultaneamente às duas principais causas da mortalidade - o
câncer e as doenças cardiovasculares - além do intenso trabalho relacionado à
saúde do homem.
A diretora de relações
institucionais e internacionais do Instituto Lado a Lado pela Vida, Fernanda
Carvalho, explica que a importância do Novembro Azul é a de “chamar o homem
para sua responsabilidade, que ele precisa se cuidar. Tem que romper o
paradigma de que cuidar da saúde é coisa da mãe, coisa da mulher. Todo mundo
tem que se cuidar, por isso, neste ano em que completam 10 anos que a gente
comemora o novembro azul, o tema da campanha é ‘Cuide do que é seu’. Pois
ninguém melhor do que você para cuidar de si próprio”, destacou.
No Brasil os homens vivem, em
média, sete anos a menos do que as mulheres e têm mais doenças do coração,
câncer, diabetes, colesterol e pressão arterial mais elevada, segundo
informações da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E com o avanço de
pesquisas e estudos, está se comprovando que a saúde, além da relação com a
genética, é impactada com as escolhas e hábitos de vida - e no caso dos homens
a falta de cuidados com a própria saúde é um fator muito relevante.
Por isso, Fernanda Carvalho
avalia que outro ponto importante desse mês de conscientização é a educação das
novas gerações. “Fazer com que os meninos também aprendam, assim como as
meninas, a conhecer o seu corpo. A identificar se tem uma coisa que não tá legal,
que está errada, e buscar atendimento médico ou questionar a mãe e dizer que
está sentindo alguma coisa. Precisamos evitar essa máxima de que o homem não
sente dor ou não precisa se cuidar, só na hora que está num estágio muito
avançado”, avaliou.
A Sociedade Brasileira de
Cardiologia revela que mais de dois terços dos homens que morrem do coração têm
diabetes e acima de 80% das mortes por diabetes estão relacionadas a problemas
cardíacos e renais, ou seja, vasculares. Além disso, a sobrevida média depois
que um homem tem o primeiro infarto é de cerca de 8 anos.
Outro problema de saúde que mata
muitos homens é o câncer de próstata, que segundo dados do Instituto Nacional
de Câncer (INCA), só em 2019 ocorreram 15.983 mortes decorrentes da doença.
Além disso, a estimativa de novos casos está em 65.840 (para o ano de 2020, que
são os dados mais recentes), correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes no
sexo masculino.
De acordo com a Sociedade
Brasileira de Urologia, o câncer de próstata é o tipo mais comum entre os
homens e é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve
neoplasias malignas. No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao
câncer de próstata.
A única forma de garantir a cura
do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas,
homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores,
devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite
ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de
nódulos suspeitos. Diante disso, a indicação da melhor forma de tratamento vai
depender de vários aspectos, como estado de saúde atual, estadiamento da doença
e expectativa de vida.
Fonte: Brasil 61 -
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