Crianças devem ser testadas sempre que estiverem com suspeita de Covid-19.
A informação foi dada pelo
membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SPB), Dr. Ricardo Queiroz Gurgel. Além disso, a SBP é a favor da
retomada das aulas, que já aconteceu em diversos estados com protocolos
rígidos.
As crianças devem ser testadas
sempre que apresentarem sintomas ou tiverem contato com alguém infectado pela
Covid-19. Além disso, os testes RT-PCR, teste ou sorológico são aceitos. A
lógica é a mesma aplicada nos adultos, sendo que pais e responsáveis devem
observar, por exemplo, o tempo desde que a criança foi supostamente exposta ao
vírus ou que esteja apresentando sintomas. Essa foi a declaração dada pelo
membro do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de
Pediatria (SBP), Dr. Ricardo Queiroz Gurgel.
A farmacêutica Laís Soares,
moradora de Caravelas (BA), teve que levar a filha, Lívia, de 5 anos, até o
posto de saúde para fazer o teste RT-PCR. Segundo Laís, a criança apresentava
sintomas e todo processo foi feito de forma gratuita pelo SUS. “Não tivemos
dificuldade nenhuma em fazer o teste, prontamente o posto de saúde e a
secretaria de saúde ajudaram. O teste rápido foi feito e no mesmo dia fui
notificada”, explica.
Dr. Ricardo também afirma que a
testagem é importante para definir os próximos passos. “A confirmação de
diagnóstico já indica a maneira correta de proceder e o possível caso de
isolamento em caso positivo”, explica.
Já em Brasília, conseguir o teste
não é tão fácil. Jamile Abadio é mãe de duas crianças e precisou buscar
atendimento depois que os filhos apresentaram sintomas. Ela conta que foi
encaminhada para um laboratório particular, mas, por conta do sistema, as
crianças só conseguiram fazer o exame depois de três dias. “Tinha que chegar
muito cedo para pegar senha e entrar na fila. Isso levaria algumas horas e não
tinha como levar eles doentes para o frio e chegar muito cedo”, explica.
Veja quando cada teste é indicado
> RT-PCR: feito pelo swab
nasal ou pela coleta de saliva, o teste deve ser feito entre 3º e 4º da doença.
Mas é importante lembrar que o teste só detecta casos ativos da doença, não
sendo indicado para diagnosticar casos de infecção prévia.
> Sorológico - feito pelo
exame de sangue, é utilizado para saber se a criança desenvolveu anticorpos
produzidos contra o vírus. Portanto, é indicado para diagnosticar uma possível
infecção antiga. Um resultado negativo não exclui uma infecção atual da
doença.
Aulas presenciais
A Fiocruz atualizou na última
sexta-feira (11) os protocolos sanitários para que a volta às aulas seja feita
de forma segura. Segundo o secretário de Educação da Bahia, em 2021, o estado
contou com 3 meses de aula presencial e esse período ajudou na adaptação dos
protocolos. “O importante é perceber o quanto a escola fez falta, o quanto os
professores fizeram falta na vida da sociedade, quanta falta fez o encontro dos
estudantes”, ressaltou.
O documento orienta que adultos
ou crianças que estiverem com sintomas leves ou moderados de Covid-19 devem
ficar isoladas por 10 dias, a contar da data de início dos sintomas. Mas, o
retorno só deve acontecer caso o paciente não tenha nenhum sintoma nas últimas
24 horas. Porque a confirmação de diagnóstico já indica a maneira correta de
proceder e o possível caso de isolamento em caso positivo.
Já no caso dos assintomáticos,
são necessários 5 dias a contar da data do teste positivo, desde que um novo
teste no quinto dia seja negativo.
A Sociedade Brasileira de
Pediatria também é a favor do retorno. Dr. Ricardo afirma que as crianças foram
um dos públicos mais impactados pela pandemia. “O prejuízo que tem para o
desenvolvimento das crianças é muito maior com esse isolamento que se mantém
somente para elas, porque todas as outras atividades estão praticamente
liberadas.”
O documento prevê que as aulas só
deverão ser suspensas caso existam 3 ou mais testes positivos simultâneos, na
mesma classe. Essa situação deve ser acompanhada, mas o fechamento das escolas
só deve acontecer em caso de recomendação dos técnicos sanitários locais.
Segundo o pediatra Thallys
Ramalho, as aulas não devem ser suspensas porque a vacina já está amplamente
disponível para a faixa etária de 5 a 12 anos, além das manifestações da
Covid-19 não serem tão graves nas crianças. "Agora com a vacina, a gente
mitiga ainda mais o risco de uma infecção grave pela Covid. Devem ser tomadas
as precauções necessárias, as medidas de isolamento e, na medida do possível,
um plano de contingência para as escolas receberem um número menor de
crianças.”
Alguns estados já adotaram as
novas diretrizes. No Rio de Janeiro, não será cobrada dos estudantes a
vacinação contra a Covid-19, mas os pais e responsáveis são incentivados a
levarem os seus filhos imunizados. Caso algum aluno ou funcionário teste
positivo, o protocolo prevê que o paciente seja encaminhado para a rede de
atenção primária e faça um teste.
A rede estadual do Rio tem 1.230
escolas com 23 mil turmas e 678,2 mil estudantes. Esse grupo é formado,
essencialmente, por alunos do ensino médio.
Fonte: Brasil 61 -
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