PARAÍBA: valor da energia elétrica teve alta de 5,4% no estado entre 2020 e 2021.
Aprovação do marco do setor
elétrico pode contribuir para reduzir preço da conta de luz.
O preço da energia elétrica
registrou uma elevação de 5,4% na Paraíba, entre 2020 e 2021. O custo da tarifa
média era de R$ 0,55 a cada quilowatts-hora consumido, em 2020. Já no ano
passado, o preço médio subiu para R$ 0,58 por kWh.
Mesmo antes da crise hídrica, o
alto custo da energia já era um dos principais problemas que impediam o aumento
da competitividade da indústria brasileira. De acordo com o estudo
Competitividade Brasil 2019-2020, da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
o Brasil fica em último lugar, entre 18 países, no fator Infraestrutura de
energia, devido ao alto custo de energia elétrica e à baixa qualidade no
fornecimento.
Com o objetivo de reverter esse
quadro, o Congresso Nacional discute o projeto do novo marco legal do setor elétrico
(PL 414/2021). A matéria foi aprovada no início de 2020 na Comissão de
Infraestrutura do Senado. Agora, o texto aguarda despacho do presidente da
Câmara dos Deputados.
Segundo apoiadores da medida, a
proposta trará vantagens para o bolso do consumidor, assim como vai aumentar a
competitividade do setor. É o que defende o senador Marcos Rogério (PL-RO), que
foi relator da matéria na Casa. Para ele, as novas regras vão dar mais
liberdade ao consumidor para escolha do próprio fornecedor de energia.
“O projeto prioriza a liberdade
de escolha do consumidor. Também viabiliza concorrência entre os fornecedores e
incentiva a geração de energia a partir de fontes renováveis e sustentáveis”,
disse o congressista durante o Seminário RedIndústria, promovido pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na avaliação do professor de
engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, o marco do
setor elétrico traz vantagens para todos: tanto grandes quanto pequenos
consumidores.
“Em vez de a empresa de
distribuição decidir de onde vai comprar, eu, como consumidor residencial, vou
poder escolher qual a empresa que vai vender a energia. É um passo importante
na redução do monopólio da empresa distribuidora que, evidentemente, vai
continuar prestando serviço de trazer essa energia que eu comprei, por meio dos
fios da sua rede de distribuição”, explica.
Consequências da alta no preço da
energia
Recentemente, a CNI publicou o
estudo “Impacto econômico do aumento no preço da energia elétrica”. De acordo
com o levantamento da entidade, em 2021:
Estima-se que o aumento no preço
da energia resultará em uma queda no PIB de R$ 8,2 bilhões a preços de 2020 em
relação ao PIB que ocorreria sem o aumento no preço da energia.
>O PIB industrial, relativo à
indústria total - que contempla a indústria extrativa, a indústria de
transformação, os serviços industriais de utilidade pública e a construção -
deve se reduzir em R$ 2,2 bilhões a preços de 2020. Já a indústria de
transformação terá queda de R$ 1,2 bilhão em seu PIB em 2021 frente ao que
ocorreria sem o aumento de custos com energia.
>Neste mesmo período,
estima-se que os efeitos diretos e indiretos do aumento de preço da energia
gerem uma perda de cerca de 166 mil empregos em relação à quantidade de pessoas
que estariam ocupadas sem o aumento no preço da energia.
>O consumo das famílias se
reduzirá em R$ 7 bilhões a preços de 2020. Já a inflação às famílias, em 2021,
sofrerá um aumento de 0,16%.
>A perda nas exportações será
o equivalente a R$ 2,9 bilhões.
Já para 2022, estima-se que:
>O aumento no preço da energia
elétrica resultará em uma perda no PIB de R$ 14,2 bilhões a preços de 2020. Seu
efeito sobre o PIB industrial é de queda equivalente a R$ 3,8 bilhões a preços
de 2020, em relação ao PIB que ocorreria sem o aumento no preço da energia.
>A perda estimada no PIB da
indústria de transformação em decorrência do aumento no preço da energia
elétrica é de R$ 1,7 bilhão em 2022. O impacto sobre o emprego é uma perda de
cerca de 290 mil empregos em relação à quantidade de pessoas ocupadas entre
abril e junho de 2021.
>O consumo das famílias se
reduzirá em R$ 12,1 bilhões a preços de 2020. Já o aumento no preço às famílias
será de 0,41%.
As exportações devem cair
aproximadamente 5,2 bilhões de reais.
Fonte: Brasil 61 –
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